Febem: Levantamento mostra que 40% dos jovens internos preferem as oficinas de Hip Hop

Atividades relacionadas ao assunto são as mais procuradas pelos adolescentes

qui, 28/09/2006 - 21h24 | Do Portal do Governo

Pode-se dizer que a cultura Hip Hop já faz parte do cotidiano das unidades da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor. Os números passados pela Gerência de Arte e Cultura da instituição mostra que, atualmente, as atividades relacionadas ao assunto são as mais procuradas pelos adolescentes. Com o apoio de 42 profissionais da área atuando em diversas unidades do Estado, cerca de 2.424 internos aprendem a mudar seus pensamentos, com aulas de rap, dança de rua e grafite. “O Hip hop não salva, mas aponta bons caminhos”, afirma José Paulo, mais conhecido pelos internos e no movimento Hip hop por PMC. Segundo o arte-educador, sua oficina, ministrada no Complexo Brás, revela bons rimadores, grafiteiros e Djs.

A Fundação, por meio de convênios com dois Institutos, desenvolve essas atividades dentro de várias unidades de internação no Estado de São Paulo.

O Instituto Mensageiros mantém atualmente 40 profissionais dentro das unidades da fundação (incluindo o rapper PMC), para desenvolver oficinas de rap, dança de rua e grafite junto a 2.332 internos. Outra entidade de destaque neste trabalho é o Instituto Mamulengo, que atua na unidade de internação de São José dos Campos. Lá, eles desenvolvem oficinas de dança de rua junto a 83 internos.

Dos 2.424 jovens que participam de atividades ligadas à cultura Hip Hop, 635 participam das aulas de rap; 1.380 fazem aulas de dança de rua e 409 aprendem as técnicas do grafite.”O Rap é um tipo de música em que há liberdade de expressão nas composições, que abrange todas as raças e classes sociais”, observa a diretora da Gerência Cultural da Febem, Marisa Fortunato.

De todos os profissionais que hoje atuam dentro das unidades, PMC é um dos mais antigos. Hoje, em suas aulas de Hip Hop são atendidos cerca de 100 adolescentes no Complexo Brás, com oficinas duas vezes por semana, com 1h30 de duração. Durante as oficinas, os internos aprendem técnicas do rap, DJ, grafite e o b-boy (dançarino de street dance). O sucesso de PMC junto aos adolescentes é tão grande que eles tiveram a oportunidade de gravar um CD ao lado do rapper.

“Em 1997, surgiu a idéia de reunir adolescentes para compor uma música”, lembra PMC. “Assim foi criado, o grupo Jigaboo (formado por 42 internos do Complexo Tatuapé) que gravou, (no primeiro álbum lançado por ele), a música “Realidade”, que se tornou uma espécie de hino da Febem”, conta.

Já em seu segundo trabalho, em 2004, seis adolescentes, também do Tatuapé, foram convidados a participar do disco “Meu Rap é Assim”, com a música “Sem me Entregar”. Toda a ilustração da capa e as fotos do encarte foram feitas pelos próprios adolescentes do Tatuapé.

Para o rapper, o esforço concentrado nos últimos anos tem surtido efeito junto aos jovens. “Hoje, muitos ex-internos trabalham comigo no Hip Hop”, contabiliza. “Isso é sinal de que o nosso trabalho está sendo bem aceito e que também está mudando a vida dos adolescentes, após a internação”, conclui.

 

Assessoria de Comunicação Social – Febem-SP

C.A.