A vontade de mudar de vida e a paixão pelo skate foram os principais fatores que nortearam o caminho de Michel Ângelo da Silva. Depois de cinco passagens pela Febem e há um ano em liberdade, Michel afirma que passou por inúmeras dificuldades financeiras e teve que superar muitos preconceitos. “Infelizmente as pessoas vêem os internos da Febem como monstros”, desabafa.
Mesmo assim, o ex-interno não caiu mais nas tentações do passado e partiu em busca de seus objetivos. O principal deles: se tornar um skatista profissional.
Skate na Febem – Durante o período que esteve internado no Complexo do Tatuapé, participou do Projeto Skate na Febem e em pouco tempo, Michel já era o melhor do Complexo na modalidade esportiva e vence o primeiro torneio de Skate, realizado pela instituição em maio de 2004.
A desenvoltura e agilidade do garoto com o carrinho nos pés fez com que o professor de skate, Sandro Soares, idealizador do projeto dentro da Febem, percebesse que Michel da Silva tinha um talento especial e poderia,
talvez, ter sucesso na carreira como profissional.
“Desde as primeiras aulas com o Michel, eu notei que ele era muito bom. Só que a gente pouco podia fazer para dar uma força, já que ele estava cumprindo medida socioeducativa de internação. Mas isso não impediu que ele treinasse bastante e absorvesse algumas técnicas que nós passávamos”, diz Sandro.
O que eu achei interessante, continua o professor Sandro, é que assim que o Michel saiu, resolveu me procurar. “Foi a partir daí que as coisas foram acontecendo”, conta.
O skate como profissão
No mesmo ano (2004), em dezembro, Michel ganha a medida de Liberdade Assistida e decide se dedicar ao skate com empenho e determinação. O professor o apresenta para Guilherme, empresário do ramo de óculos
escuros, que aceita apoiar Michel por um ano. Este tempo foi o suficiente para o ex-interno resgatar de vez a auto-estima e com o apoio da empresa o jovem participa de seu primeiro campeonato amador no município de Poá/SP, cidade o nde Sandro também desenvolve um projeto social com crianças carentes.
No começo de 2005, participa de campeonatos realizados em Diadema e Itaquera sempre em busca de melhores resultados, tanto no skate, quanto na vida. É convidado a participar da homenagem no Dia do Skate, em junho, na Assembléia Legislativa de São Paulo, como fruto do projeto Skate na Febem, duas vezes premiado como o melhor projeto social envolvendo a modalidade.
Atualmente Michel saiu do papel de aprendiz e se tornou monitor de skate. Ele ministra aulas de skate para crianças da Rede Pública de Ensino, por meio da ONG Ativação, do skatista Marcio Tanabe, no Conjunto Desportivo Baby Barione, todas as terças e quintas-feiras. E não foi só isso: recebeu um convite para fazer parte da equipe de skatistas amadores patrocinados pela empresa Condicional Skate Shopping.
“Ainda tenho problemas, mas aprendi outras formas de resolvê-los. Só tenho a agradecer as pessoas que confiaram em mim”, fala com orgulho.
Assessoria de Comunicação da Febem
C.A.
