Febem: Arte circense é usada como uma nova ferramenta de ressocialização na unidade Vila Maria

Desde agosto de 2005, as unidades Uirapuru e Adoniran Barbosa estão desenvolvendo o projeto

ter, 11/04/2006 - 17h10 | Do Portal do Governo

Parece palhaçada, mas não é. Desde agosto de 2005, nas unidades Uirapuru e Adoniran Barbosa – ambas do Complexo Vila Maria – está sendo desenvolvido um projeto inusitado junto aos internos da instituição: uma oficina de palhaço, composta por dez jovens reincidentes (de cada unidade) que manifestaram interesse em participar de atividades educativas voltadas à arte circense.

“A nossa oficina estimula a  busca de um segundo eu, um ser de pureza, sem malícia, que troca tudo por um sorriso”, explica o ator e palhaço, Marco Guerra, responsável pela iniciativa. Ele conta que foi contratado, a princípio, para desenvolver uma oficina de teatro, mas teve que usar outros métodos para chamar a atenção dos jovens. “Comecei com o curso de teatro e percebi que eles não se interessaram tanto. Aí, usei o plano B, que era a oficina de palhaço”, explica.

Guerra é arte-educador do Instituto Mensageiros, uma entidade não governamental que atua em parceria com a Fundação no desenvolvimento de atividades culturais junto aos internos.  “Nunca imaginei que uma oficina de palhaço na Febem ia dar certo”, comenta.

“Eu me questionava: jovens da Febem tentando fazer alguém rir? Pois, é. Deu tão certo que, a partir de então, a cada mês, estamos realizando um sarau na unidade”, conta orgulhoso.

O professor ainda revela que já existe um grande palhaço entre os internos da Vila Maria. É o palhaço Creitin, de 17 anos. “Gostei tanto da oficina que pretendo trabalhar profissionalmente”, planeja o jovem, que já está prestes a ser desinternado e deseja dar continuidade a atividade.

Para a diretora cultural da Febem, Marisa Fortunato, a iniciativa é muito interessante, pois desperta um lado irreverente dos adolescentes, que muitas vezes, por conta das circunstâncias em que eles estão vivendo, as pessoas pouco conhecem. “A aceitação está tão boa que decidimos implantar o projeto no Tatuapé e em Franco da Rocha”, explica a diretora.

Além dessas unidades citadas, a oficina de palhaço também é desenvolvida na Unidade de Semiliberdade do Brás.Sarau da Vila Maria ? No sarau da Vila Maria, os jovens encenam reprises tirados do livro “Palhaços”, do professor Mario Fernando Bolognese. A obra é utilizada pelo professor Marco Guerra para desenvolver técnicas de arte circense junto a seus alunos. Além disso, o arte-educador trabalhada técnicas de  voz, corpo e postura.

Assessoria de Comunicação Social – Febem-SP

C.A.