Fapesp: Empresa domina processo de fabricação de equipamentos ópticos que amplificam o sinal de luz

Processo apresenta diversas vantagens sobre métodos similares

seg, 26/12/2005 - 12h35 | Do Portal do Governo

Uma pequena empresa nascida na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) coloca o Brasil na vanguarda das comunicações por redes de fibras ópticas, em que as transmissões são feitas por laser. Criada em 2003, a Sun Quartz é uma das poucas empresas no mundo que dominam a tecnologia para fabricação de fibras ópticas conhecida como deposição axial na fase de vapor, cuja sigla em inglês é VAD (de Vapor-phase Axial Deposition). Esse processo apresenta diversas vantagens sobre métodos similares e permite o desenvolvimento de fibras amplificadoras que intensificam o sinal do laser.

O domínio do processo de fabricação desses componentes é importante porque a maior parte da estrutura mundial de telecomunicações atual baseia-se em redes ópticas, capazes de transmitir grande volume de dados com muito mais segurança e rapidez entre cidades próximas ou de um ponto a outro do planeta.

A expectativa da Sun Quartz, que está instalada na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp) e contou com financiamento do Programa Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas (Pipe), é colocar suas fibras ópticas no mercado no primeiro semestre de 2006. No momento, elas estão em testes nos laboratórios da Padtec, uma das maiores fabricantes brasileiras de sistemas de comunicações ópticas. Atualmente as fibras amplificadoras usadas noBrasil são todas importadas.

Ao contrário das fibras ópticas comuns, as fibras especiais são dopadas com érbio, um elemento químico natural conhecido como terra-rara. A dopagem é a introdução de um elemento químico para mudar as propriedades de um material. No caso, o érbio serve para amplificar o sinal luminoso que se propaga nos cabos ópticos na forma de laser. Elas são fundamentais porque, na medida em que a luz trafega por uma rede óptica, ela vai sendo absorvida e seu sinal é atenuado.

Para recuperar a amplitude do sinal original, a saída é instalar amplificadores ópticos ao longo da rede, cujo principal componente são as fibras de érbio, como a fabricada pela empresa campineira. “Para uma ligação entre as cidades de São Pauloe Campinas, distantes uma da outra cerca de 90 quilômetros, é preciso colocar no meio do caminho um amplificador óptico. Em torno de 20 a 30 metros de fibra de érbio são usados nesse sistema, conhecido como amplificador óptico à base de fibra de érbio (EDFA).

Nas cidades, as fibras especiais são utilizadas nos pontos de distribuição do cabeamento”, explica o físico Carlos Kenichi Suzuki, professor da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp e sócio da Sun Quartz. Com diâmetro um pouco maior que um fio de cabelo, as fibras ópticas surgiram nos anos 1970 e desde lá têm sido cada vez mais utilizadas na transmissão de dados via internet, TV a cabo, telefonia fixa e móvel, e várias outras aplicações envolvendo imagem e som.

Yuri Vasconcelos

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