Fapesp compra microscópios para novo Centro de Nanociência

Estudo da luz síncrotron amplia pesquisas sobre as propriedades físicas, químicas e biológicas de átomos e moléculas

qua, 12/03/2008 - 13h29 | Do Portal do Governo

O Centro de Nanociência e Nanotecnologia Cesar Lattes foi inaugurado na primeira semana de março, no câmpus do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas. Dispõe de 2,2 mil metros quadrados de área construída e reúne laboratórios dedicados ao estudo das propriedades de materiais em nível atômico e molecular.

A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), órgão federal de fomento, cedeu R$ 6 milhões para as obras do prédio. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp) investiu R$ 4,2 milhões na compra de dois microscópios eletrônicos de transmissão analítica para nanocaracterização de materiais. Os equipamentos já estão sendo utilizados.

O novo centro amplia a pesquisa com nanotecnologia iniciada no LNLS em 1999. Está integrado com estações experimentais da fonte de luz síncrotron e estes estudos vêm permitindo descobertas sobre as propriedades físicas, químicas e biológicas de átomos e moléculas. A luz síncrotron é a radiação eletromagnética intensa produzida por elétrons de alta energia em um acelerador de partículas. Abrange ampla faixa do espectro eletromagnético, incluindo os raios-X e as luzes ultravioleta, infravermelha e a visível, que sensibiliza o olho humano.  

Célula básica – “Este centro é um dos mais completos do Hemisfério Sul nas áreas de Física, Química e Biologia. Possibilitará ao pesquisador brasileiro atuar cada vez mais nas fronteiras do conhecimento, caminho fértil para a inovação”, disse Sérgio Rezende, ministro de Ciência e Tecnologia e integrante da comitiva presidencial na inauguração. Uma das propostas do centro é aprofundar estudos em áreas de interesse do LNLS, como tecnologia da informação e nanossemicondutores – componentes de tamanho microscópico que poderão ser no futuro a célula básica dos dispositivos eletrônicos.

Outro objetivo é pesquisar a chamada matéria mole (soft matter) – um desafio para a ciência por exigir cálculos complexos e a resolução de questões estruturais em compostos como polímeros. José Antonio Brum, diretor-geral do LNLS, destaca múltiplas aplicações baseadas na matéria mole para as indústrias de plásticos e de cosméticos. “Um caminho natural é, exemplificando, firmar parcerias com a Braskem e a Natura. E também atrair profissionais da iniciativa privada para o laboratório. A partir do conhecimento conjunto gerado, criar novos negócios de base tecnológica”, acrescentou. O novo centro segue as regras de uso do LNLS. E assim como no laboratório, 75% do tempo de utilização de suas instalações deverá ser destinado à comunidade externa. Ao longo de 21 anos de existência, o LNLS recebeu mais de seis mil pesquisadores do Brasil e do exterior.  

Thiago Romero, da Agência Fapesp

e da Agência Imprensa Oficial