Exposição online do Arquivo Público discute a Revolução de 1924

Entre os documentos, estão processos criminais instaurados contra os rebeldes após a Revolução de 1924 e cartas dos líderes deste movimento

seg, 20/09/2010 - 14h56 | Do Portal do Governo

Entre os professores de história, o “Movimento Tenentista” é um assunto bastante discutido em sala de aula. Porém um episódio ainda pouco conhecido pela população pode ajudar os estudantes a entender um pouco mais esse conturbado momento da nossa história: A Revolução de 1924.

Para isso, o Arquivo Público do Estado de São Paulo desenvolveu uma exposição online que revela um pouco mais sobre este evento marcante na história brasileira. Entre os documentos que serviram de base para esta exposição estão processos criminais instaurados contra os rebeldes após a Revolução de 1924 e cartas dos líderes deste movimento, além de jornais e revistas da época. A Revolução de 1924 é contada em 9 “salas” rica em textos e ilustrações (http://www.arquivoestado.sp.gov.br/exposicao_revolucao 

O Brasil do início do século XX é marcado por um período de crise econômica, motivada pela queda das exportações causadas pela Primeira Guerra Mundial, e uma crise política gerada pela insatisfação de alguns grupos com a chamada política café com leite. Esse cenário faz eclodir uma série de levantes contra o regime no Rio de Janeiro, em 1922; em São Paulo, em 1924 e seguem até o final dos anos 1920 com a Coluna Prestes no interior do Brasil.

Os “revolucionários” de 1924 eram em sua maioria tenentes e capitães do setor intermediário das Forças Armadas. O conflito propriamente dito aconteceu entre os dias 5 e 28 de julho e é considerado o mais violento já ocorrido na cidade de São Paulo. Essa data foi escolhida para fazer referência a outro movimento tenentista: Revolta do Forte de Copacabana, conflito armado entre o Governo Federal, representado pela figura do Presidente da República e parte das Forças Armadas, no dia 5 de julho de 1922. 

A cidade de São Paulo foi escolhida como marco inicial pelos militares para começar uma Revolução que deveria tomar o Brasil. O plano dos “revolucionários” era controlar a cidade, bloquear ferrovias, telefones e telégrafos, impedindo o Governo Federal de reagir. Entre as trágicas conseqüências deste conflito estão as mais de mil vítimas fatais e 4 mil feridos, além da destruição de bairros como Brás, Mooca, Cambuci, Belenzinho e Ipiranga, os mais atingidos. No dia 28 de julho as tropas rebeldes saem de São Paulo e a cidade tenta se recuperar os estragos.

Apesar de derrotados, os “revolucionários” não deixaram de influenciar outros movimentos da época. Parte das tropas rebeldes se juntaria à Coluna Prestes, vinda do Sul, para formar a Coluna Miguel Costa-Luis Carlos Prestes, que denuncia problemas sociais e políticos do Brasil. A Revolução de 1924 não teve o apoio dos conservadores, tampouco foi planejada pela elite paulista, como ocorreria na Revolução de 1932, o que explica o esquecimento desse episódio da história de São Paulo.

A Revolução de 1924 na sala de aula

A exposição é um recurso pedagógico que também pode ser aproveitado pelo professor, já que possibilita discutir com os seus alunos documentos produzidos na época dos acontecimentos. Além destes documentos e textos explicativos, professores e alunos ainda têm acesso a 11 atividades pedagógicas para trabalho em sala de aula, preparadas de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para as séries do ensino fundamental.

 O Núcleo de Ação Educativa foi o responsável por pesquisar fontes bibliográficas e documentais para montar a exposição virtual, além de criar as atividades pedagógicas. Foram aproximadamente 4 meses de preparação até a exposição ir ao ar. Completam a exposição uma listagem com referência a outros documentos que tratam o tema, indicações de leitura e links interessantes sobre o período.

 Acesse: http://www.arquivoestado.sp.gov.br/exposicao_revolucao

  Sobre o Arquivo Público do Estado de São Paulo

O Arquivo Público do Estado de São Paulo é um dos maiores arquivos públicos brasileiros. Vinculado à Casa Civil do Estado de São Paulo, s ua função é formular uma política estadual de arquivos e recolher, tratar e disponibilizar ao público toda documentação de caráter histórico produzido pelo Poder Executivo Paulista. A instituição mantém sob sua guarda aproximadamente 6 mil metros lineares de documentação textual permanente, 17 mil metros de documentação intermediária, 900m de material iconográfico, grande quantidade de jornais e revistas e uma biblioteca de apoio à pesquisa com 45 mil volumes.

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