Exposição no Museu de Microbiologia ensina a combater o Aedes aegypti

Até 10 de fevereiro, a mostra apresenta vídeos, atividades interativas, e até mosquito vivo

ter, 13/11/2007 - 10h34 | Do Portal do Governo

O Instituto Butantan abriu sábado, 10, no Museu de Microbiologia, a exposição O mosquito nunca sai de férias, sobre a dengue. Direcionada ao público em geral, busca ensinar crianças e adultos a reconhecer o inseto transmissor da doença e a evitá-la. Vídeos, atividades interativas, exposição do Aedes aegypti vivo em garrafas e de suas larvas ao microscópio, painéis com notícias veiculadas na mídia e uma nascente com bromélias estão entre as atrações que os 12 monitores do museu apresentam aos visitantes até o dia 10 de fevereiro de 2008.

De acordo com o biólogo João Luís de Abreu Vieira, o número cada vez maior de casos da doença detectado em São Paulo motivou a organização da mostra. “Só neste ano, foram identificados 2,3 mil – índice alto, considerando que a soma dos últimos cinco anos foi de 1,7 mil”. A incidência aumenta à medida que cai a qualidade do saneamento básico da região. “De cada cinco cidades paulistas, uma está contaminada”, constata o biólogo Fábio Fonseca Pereira.

Vieira destaca a importância de esclarecer a população sobre o controle da epidemia, por meio do combate ao inseto transmissor, interrompendo, assim, o ciclo da doença. Para isso, é fundamental reconhecer o mosquito.  

Pó de café – O Aedes aegypti, ao contrário do que muitos pensam, não faz zumbido e só ataca durante o dia. Somente a fêmea pica, pois precisa de sangue para maturar os ovos. O macho alimenta-se de seivas vegetais. Em caso de dúvida, é só recolher o inseto e levá-lo ao Centro de Controle de Zoonoses ou à Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), que monitora vetores de doenças como a dengue e a febre amarela.

Vieira ressaltou a importância de estar atento aos locais que possam favorecer o desenvolvimento das larvas, principalmente recipientes com água – vasilhames, calhas de telhados, pneus, vasos de plantas, lixo. Citou o exemplo da bromélia, planta ornamental que acumula água entre suas folhas, o que pode torná-la ambiente adequado para a proliferação do mosquito. Uma boa dica, segundo ele, é colocar pó de café na base das folhas. E lembra: o ovo do mosquito da dengue pode sobreviver até um ano fora da água, sem eclodir. Fica em estado de latência e precisa de contato com a água para se desenvolver. Outras plantas, como o gerânio e a citronela, funcionam como inseticidas naturais, afastando os insetos. 

((ENTRA BOXE)) 

Bill Gates é parceiro na produção da vacina 

O Instituto Butantan produzirá, até o final de 2010, a vacina contra a dengue. A pesquisa é financiada pelo governo do Estado de São Paulo, pelo Ministério da Saúde e pela Fundação PATH, comandada pelo empresário americano Bill Gates. Os testes em seres humanos deverão começar em janeiro de 2008.

O Butantan é a instituição paulista de pesquisa mais adiantada no desenvolvimento da imunização contra a dengue. Isso porque a tecnologia utilizada na produção é similar à aplicada nas vacinas contra a raiva e o rotavírus, já produzidas pelo instituto. Os quatro tipos de vírus da dengue já estão sendo reproduzidos e testados em camundongos. 

Roseane Barreiros

Da Agência Imprensa Oficial