Exposição no Memorial da América Latina aproxima Oriente e Ocidente

Mostra reune obras de artistas modernistas, abstracionistas e de criadores contemporâneos.

dom, 20/05/2007 - 14h16 | Do Portal do Governo

“Coluna  Infinita  –  um diálogo histórico e contemporâneo” é o sugestivo nome  da  exposição  coletiva que o Memorial inaugurou neste sábado, 19,  na  Galeria  Marta  Traba. Concebida por Sidney  Philocreon – idealizador e curador do projeto Linha Imaginária – a mostra  aproxima  obras  de  artistas modernistas e abstracionistas da produção de  criadores  contemporâneos. 

O critério de aproximação é o poético e não o historiográfico.  O resultado é um mergulho em invenções e reinvenções de linguagens.Fazem  parte  da  mostra  obras  em papel de artistas consagrados como Di Cavalcanti,  Mira  Schendel, Flávio de Carvalho, Franz Krajcberg, Tarsila do  Amaral, Lasar Segall e Iberê Camargo e de artistas atuais como Raquel Kogan,  Florian  Raiss  e  Gilvan Nunes. A presença de artistas de origem nipônica  também  é  marcante:  Tomie  Ohtake,  Yayoi  Kusama  e  Sachiko Koshikoku,  entre  outros.  A  organização  é de Mônica Rubinho e Roberto Okinaka,  além  de  Philocreon. 

A  mostra  traz  o acervo de duas das principais galerias de São Paulo: a  Galeria  Deco,  de Ideko Suzuki Taguchi, e a Mônica Filgueiras Galeria de  Arte. Ambas são ativas há bastante tempo e passaram por vários movimentos da arte brasileira. Mônica conviveu, era e é amiga de muitos dos artistas presentes  na  exposição.  A  Galeria  Deco  trabalha  especialmente  com artistas nipo-brasileiros. “Coluna Infinita” é um diálogo poético entre o histórico  e o contemporâneo que resulta num campo de força cujos pólos –  o oriental e o ocidental – tensionam o arco da arte brasileira há mais de  50 anos.

A  relação pulsante estabelecida entre obras artísticas aparentemente tão díspares  é  facilitada pelo espaço arquitetônico da Galeria Marta Traba. Os  mil  metros quadrados em forma circular, com uma coluna cilíndrica no  meio,  quebram  a  hierarquia  do  olhar  e  conduzem o expectador não à unidade,  mas  ao  conjunto vivo das obras expostas. O resultado é tornar clara a contínua relação entre passado e presente no objeto artístico.

 Linha   Imaginária   é  um  projeto  de  intercâmbio  cultural  que  está comemorando  10  anos  de  existência.  Idealizado  por  Philocreon,  ele organiza  exposições  coletivas  de  artistas  contemporâneos no Brasil e fora, sempre com recortes surpreendentes. Atualmente, está interessado em agregar,  confrontar,  promover  diálogos  e  aproximações entre projetos díspares da variadíssima e globalizada produção artística contemporânea.

Do Memorial da América Latina

(I.P.)