Exposição multiplica por 9 número de visitas ao Palácio dos Bandeirantes

Motivo do aumento de visitação é a exposição "Caminhos do Modernismo no Acervo dos Palácios

sáb, 07/04/2007 - 10h20 | Do Portal do Governo

Sede do governo de São Paulo desde 1970, o Palácio dos Bandeirantes registrou nos últimos dias um número recorde de visitantes. O motivo do aumento de visitação é a exposição “Caminhos do Modernismo no Acervo dos Palácios”, que reúne algumas das jóias do acervo cultural e artístico dos três palácios do Governo do Estado – Bandeirantes, Horto Florestal e Boa Vista, em Campos do Jordão.

Antes da exposição, nos três primeiros meses de 2007, as visitas guiadas ao Palácio atraíram cerca de 300 pessoas. Com a mostra, apenas nos oito primeiros dias, 443 visitantes foram conferir as obras modernistas. Entre os espectadores, grupos de pesquisadores, universitários e alunos da rede estadual de ensino.

Uma dessas visitas foi no mínimo inusitada para uma turma de alunos da 8ª série da Escola Estadual Antônio Lisboa. Os jovens deixaram seus cadernos, mochilas e canetas na zona Norte da Capital e embarcaram rumo a uma aula sobre o modernismo na sede do governo de São Paulo.

Logo na chegada, os adolescentes encontram o quadro de Antônio Henrique Amaral, exposto há mais de duas décadas no salão nobre do Palácio dos Bandeirantes. E quem desvenda um pouco da brasilidade da obra é a estudante Mariana Santana Antiquera, vítima de paralisia cerebral. “As cores, o contraste e a forma lembram o Brasil”, diz ela.

Minutos depois, o governador José Serra vai ao encontro dos estudantes. Aos poucos, a timidez dá espaço a dezenas de perguntas, cujas respostas nem mesmo os monitores dão conta de responder, tamanha a demanda.Os olhares atentos tentam entender um pouco sobre o que Anita Malfatti – precursora do Modernismo no Brasil – pretendia ao pintar o quadro Ventania. Palpites começam então a surgir e em meio a uma avalanche de idéias, logo o estudante Renan Gonçalves de Souza dispara. “Eu sei que ela participou da Semana de 1922”, informa o adolescente.

Ele logo é ovacionado pelos colegas e a viagem continua. Dali, os adolescentes que, pela primeira visitam uma exposição, começam a fazer comparações. “Parece a arca de Noé”, diz Luana Assunção Nogueira, numa referência ao quadro Maternidade, de Vicente do Rego Monteiro. O auto-retrato de Tarsila do Amaral também impressiona os jovens.

Os gostos oscilam assim como a variedade da exposição.A visita dura pouco mais de 45 minutos e, ao final, mais uma surpresa. Eles são convidados a conhecer o gabinete do governador. Serra procura saber qual o melhor aluno da sala. A resposta é o gesto sincronizado com um emaranhado de mãos se levantando ao mesmo tempo.”É sempre muito animador conviver com as crianças. É muito gostoso vê-los bem humorados e surpresos com as obras. É interessante e muito agradável pra mim e bom para eles”, avalia Serra.O governador decide, então, presentear os jovens com livros publicados pela Imprensa Oficial. O exemplar escolhido reúne fotos e o histórico de todo acervo cultural do governo de São Paulo.

Ao fim da maratona, um balanço da tarde resumido pela jovem Mayara de Souza. “Eu só tinha visto essas obras nas fotos do livro. Acredito que aprendemos muito mais nessas visitas”, observa.

E o desejo de Mayara de deixar a sala de aula mais vezes durante o ano é uma das metas a serem implantadas pela secretária da Educação, Maria Lucia Vasconcelos. “Queremos fomentar essas visitas a museus, teatros e exposições. Será uma política de ampliação dessas saídas, afinal, isso faz muita diferença para o aluno”, conclui Maria Lucia.

Cleber Mata