Exame neonatal evita sequelas de doença do quadril

Hospital das Clínicas atende casos graves, que não receberam cuidados no inicio da vida

ter, 07/07/2009 - 15h00 | Do Portal do Governo

Um exame rápido realizado na maternidade pode evitar que bebês portadores de displasia de quadril desenvolvam as conseqüências da doença quando adultos. A enfermidade pode deixar a pessoa manca ou dependente de prótese por toda a vida. O índice de cura da doença, quando identificada e tratada no recém nascido, chega a 80%.

Os médicos do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas de São Paulo (HC), vinculado à Secretaria Estadual de Educação, atendem mensalmente cerca de 20 casos graves de displasia congênita de quadril. Segundo eles, problemas graves podem ser evitados com simplicidade, quando tratados nos primeiros dias de vida.

De acordo com Roberto Guarniero, chefe da disciplina de Ortopedia Pediátrica do HC, é fundamental o diagnóstico precoce feito pelo pediatra no berçário por meio de uma simples sensação tátil – a Manobra de Ortolani. “O examinador preparado, percebe um ‘click’ ao movimentar as pernas do bebê. Se isso é feito e tratado desde o nascimento até os seis meses de vida, as chances de cura chegam a 80%”, afirma. Segundo o médico, a doença atinge cerca de 1% dos recém-nascidos no Brasil.

A luxação ou displasia congênita de quadril é um defeito anatômico, que impede o encaixe adequado do fêmur na bacia, o que causa o deslocamento do osso da coxa. Ligado a problemas hereditários ou à posição intra-uterina, é mais comum em crianças do sexo feminino. “A cada sete meninas, apenas um menino tem a doença”, explica Guarniero. Segundo ele, porém, quando ocorre nos homens, o problema normalmente se manifesta de maneira mais intensa.

Apesar de ser um problema ortopédico infantil conhecido, muitos são os casos de diagnóstico tardio, que tem como conseqüência um tratamento mais complicado (com gessos e cirurgias) e oneroso. “É preciso enfatizar o tratamento precoce, evitando assim problemas futuros”, conclui o médico.