Estudo vincula tuberculose a dependência de crack

Usuários ficam mais suscetíveis à doença por se alimentarem mal, terem hábitos pouco saudáveis e interromperem tratamento

qui, 19/04/2012 - 17h22 | Do Portal do Governo

Levantamento feito pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo no Hospital Leonor Mendes de Barros, em Campos do Jordão, mostrou que todos os pacientes de tuberculose atendidos na unidade tinham histórico de uso de crack. Conveniado ao Sistema Único de Saúde (SUS), o hospital é especializado no tratamento da doença na cidade.

Segundo o coordenador de Saúde Mental da Secretaria, Sérgio Tamai, o levantamento expõe uma preocupante realidade ligada às consequências que o crack acarreta aos usuários. O dependente químico é mais suscetível à tuberculose porque se alimenta mal, tem hábitos pouco saudáveis, mora em ambientes insalubres e não dá continuidade ao tratamento. 

As interrupções nos tratamentos de tuberculose podem expor futuramente outros pacientes com baixa imunidade, como transplantados, a gerações de bactérias super-resistentes. Apesar do aperfeiçoamento no tratamento, a tuberculose ressurgiu nos anos 1980 em razão da baixa imunidade dos pacientes com HIV, e agora ganha força entre os dependentes químicos. 

Pesquisa

Orientados pela equipe de Saúde Mental da Secretaria, profissionais do Hospital Leonor Mendes de Barros fizeram uma pesquisa por amostragem com 30 dos 100 pacientes internados. Eles responderam um questionário com perguntas sobre hábitos e sintomas ligados ao uso da droga. Em todos os casos, o perfil dos pacientes indicou problemas com a dependência química. 

O levantamento servirá como base para um novo projeto da Secretaria da Saúde, que prevê a implantação de um núcleo de atendimento multidisciplinar no hospital de Campos do Jordão. Além de tratar a tuberculose, a unidade passará a oferecer o acompanhamento de profissionais como psicólogos e assistentes sociais para o tratamento contra a dependência química.

Do Portal do Governo do Estado