Estudo indica quanto as faltas dos professores prejudicam estudantes

Conclusão é de que, para cada ponto porcentual de aumento nas faltas de professores de determinada escola, há perda de 14 pontos em Língua Portuguesa

sáb, 17/01/2009 - 12h04 | Do Portal do Governo

A Secretaria de Estado Educação acaba de finalizar um estudo em sua rede de escolas, cruzando dados concretos das faltas de docentes com os do desempenho dos estudantes no Sistema de Avaliação no Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp). A conclusão é de que, para cada ponto porcentual de aumento nas faltas de professores de determinada escola, há perda de 14 pontos em Língua Portuguesa e 16 pontos em Matemática nos exames do Saresp de seus alunos.

A iniciativa é quase inédita no Brasil. Apenas o Estado de Minas Gerais já desenvolveu pesquisa similar. A autoria é do Laboratório de Ideias, grupo de 12 especialistas criado pela secretaria para estudar a fundo os dados educacionais do Estado de São Paulo e oferecer fundamentação para a elaboração de políticas. A avaliação dos prejuízos causados pelas ausências foi feita com base no desempenho em Matemática e Português do Saresp 2007 dos estudantes do 4° ano do ensino fundamental.Modelo geométrico – De acordo com a coordenadora do Laboratório e uma das autoras do estudo, Priscilla Albuquerque, três motivos embasaram a opção de ter como amostragem os alunos dessa série. O primeiro deles é que, para a avaliação, é necessário informações sobre o passado do aluno, o que seria difícil de obter no caso das séries mais avançadas. Os outros dois dizem respeito ao impacto da ausência, já que os mais novos são mais dependentes, tanto emocionalmente (possuem pouca capacidade de desenvolver atividade sozinhos) como em termos práticos, do professor. Por terem apenas um professor, quando ele falta não tem nenhuma aula no dia.

As informações sobre as faltas dos professores da rede são oriundas do Departamento de Recursos Humanos (DRHU) da pasta da Educação e da Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp). Reunidos, os números foram aplicados num modelo geométrico de progressão linear, submetido ao controle de outras variáveis, como infraestrutura e localização da escola, condição socioeconômica das famílias, hábitos de leitura dos estudantes, etc. “Dessa forma, conseguimos resultados comparativos entre escolas e alunos em condições semelhantes, que diferem especificamente na taxa de absenteísmo dos professores”, afirma Priscila.

Da Agência Imprensa Oficial