Estudo do Procon aponta discriminação nas relações de consumo

Maioria dos entrevistados diz que discriminação ocorre de forma sutil e camuflada

seg, 15/11/2010 - 9h00 | Do Portal do Governo

Pesquisa realizada pela Fundação Procon-SP, com colaboração da Coordenação de Políticas para a População Negra e Indígena – órgãos da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania – sobre discriminação étnico-racial nas relações de consumo, apurou que quase metade dos participantes (40,11%) já se sentiu vítima de discriminação pela sua cor/raça na relação de consumo. Para a maioria dos que se sentiram discriminados, a discriminação ocorreu de forma sutil e camuflada (80,38%) e se deu, principalmente, em lojas que comercializam roupas/sapatos/perfumaria/acessórios, seguido pelo shopping center e pelos bancos/financeiras/seguradoras.

O levantamento, que foi feito com todos os grupos étnico-raciais, abordou a percepção do preconceito e as reações à discriminação de cor/raça nos ambientes onde se estabelecem as relações de consumo.

Quanto à reação diante do ato discriminatório, a maioria dos que se sentiram discriminados, 658 consumidores (62,37%) não tomou nenhuma atitude, seja  por achar que não valia a pena, seja por falta de tempo, ou ainda, por não saber a quem recorrer. Entre os 397 consumidores que tomaram alguma atitude, 78,59% exigiram os direitos diretamente ao fornecedor; 11,08% denunciaram às autoridades competentes e 10,33% utilizaram os dois canais.

De acordo com o levantamento, na análise segmentada por cor/raça, foi no grupo dos que se declararam de cor preta que se observou o maior percentual de pessoas que afirmaram haver sofrido atitude discriminatória na relação de consumo (86,52%). Em segundo lugar veio o grupo dos indígenas (59,09%) e, em terceiro, o grupo dos pardos (48,57%).

Perfil dos participantes

A pesquisa apontou que dos 2.630 consumidores entrevistados, 51,90% se declararam de cor/raça branca, 24,26% de cor/raça preta, 19,96% de cor/raça parda, 3,04% de cor/raça amarela e 0,84% de cor/raça indígena, tomando-se como base a classificação do IBGE.

O levantamento revelou também que, 57,91% são do sexo feminino, 51,71% têm entre 35 a 59 anos, 50,34% têm ensino superior.

Metodologia

As informações foram obtidas pela aplicação de questionário estruturado, via  internet – site da Fundação Procon-SP. O questionário é constituído de questões fechadas, com perguntas focadas não só na percepção dos consumidores que presenciaram discriminação racial nas relações de consumo, como também dos que se sentiram discriminados. A amostra é de 2.630 questionários, respondidos no período de 9 a 24 de agosto.

Do Procon