Estado vai levantar os 100 maiores emissores de carbono

Experiência piloto para neutralizar as emissões de carbono será na própria Cetesb e na Fundação Florestal

qua, 21/02/2007 - 17h49 | Do Portal do Governo

O secretário de Estado do Meio Ambiente, Xico Graziano, determinou à Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) que levante a lista dos 100 maiores emissores de carbono nas indústrias do Estado de São Paulo, e proceda às adequações necessárias, quando forem renovadas suas licenças ambientais, visando a redução das emissões.

O secretário anunciou que a experiência piloto objetivando neutralizar as emissões de carbono irá começar pela própria Cetesb que, junto com a Fundação Florestal, irá calcular a quantidade de carbono necessária para neutralizar as emissões da empresa, o que ocorrerá por meio de plantio de mata ciliar. Também será desenvolvida metodologia que será repassada para todas as empresas públicas e órgãos da administração direta do governo do Estado e às empresas privadas.

O anúncio dessas medidas foi feito durante a realização do encontro “Mudanças Climáticas: São Paulo e o Relatório do Painel Intergovernamental sobre a Mudança Climática (IPCC)”, que aconteceu no dia 15 na sede da Secretaria e da Cetesb, com participação de representantes da comunidade científica, organização não governamentais e entidades empresariais. A reunião foi organizada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Fórum Paulista de Mudanças Climáticas Globais e Biodiversidade e Cetesb.

Graziano denominou a determinação de identificar os maiores emissores de CO2 (gás carbônico) e fixar para eles metas de redução, inclusive permitindo trocas de certificados de carbono, de “Proposta Goldemberg”, em função dela ter sido apresentada, também durante o encontro, pelo professor José Goldemberg, do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo – USP e ex-secretário estadual do Meio Ambiente. Goldemberg ressaltou que o método, também conhecido como “cap and trade”, está sendo usado na Europa. Graziano complementou que as áreas de plantio serão sugeridas pelo governo, priorizando-se as matas ciliares, que já são objeto de ações da Secretaria em todo o Estado.

O presidente da Cetesb, Fernando Rei, lembrou que a agência ambiental paulista internalizou a questão há doze anos, o que teve como conseqüência a criação de uma divisão específica, a de Questões Globais.

Fábio Feldmann, secretário-executivo do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas Globais e Biodiversidade, chamou a atenção de que há um desafio de ordem cultural, no sentido de mudar a mentalidade geral, incluindo a internalização do assunto em todas as instâncias públicas.O evento na Secretaria contou ainda com a participação e apresentações dos representantes do Ministério de Ciência e Tecnologia, Newton Paciornik, Luiz Gylvan Meira Filho, do Instituto Avançado da USP, Paulo Eduardo Artaxo Netto, do Instituto de Física da USP, Pedro Leite da Silva Dias, do Instituto Agronômico e Geofísico da USP, Volf Steinbaum, da Secretaria Municipal de Verde e Meio Ambiente, e Marcelo Furtado, do Greenpeace.

Da Assessoria de Imprensa da Cetesb

(R.A.)