Estado triplica pontos de oferta de ‘PrEP’, método preventivo do HIV

Profilaxia pré-exposição (PrEP) está disponível nas cinco macrorregiões do Estado; mais de 2,8 mil pessoas já aderiram ao tratamento

ter, 23/10/2018 - 14h18 | Do Portal do Governo

A partir de outubro, a Secretaria de Estado da Saúde amplia em três vezes o número de serviços públicos de saúde que ofertam o método de prevenção do HIV, denominado PrEP (profilaxia pré-exposição), alcançando todas as macrorregiões paulistas.

A iniciativa, realizada por meio do Programa Estadual de DST/Aids em parceria com as 37 Secretarias Municipais de Saúde envolvidas, visa atender a demanda do tratamento de forma regionalizada, garantindo o acesso pessoas com maior chance de exposição. Atualmente, o medicamento está disponível em 49 serviços, em 37 municípios (confira a relação de unidades e cidades em: http://www.saude.sp.gov.br/centro-de-referencia-e-treinamento-dstaids-sp/homepage/acesso-rapido/informacoes-sobre-prep ).

O Estado de São Paulo iniciou a implantação da PrEP em janeiro de 2018, em 14 serviços integrantes de sete municípios. Até o momento, foram cadastrados 2.891 usuários do medicamento, totalizando 6.621 atendimentos. Com a expansão da rede de serviços a partir de outubro, a expectativa é duplicar o número de pessoas atendidas até dezembro.

“A meta para 2019 é expandir ainda mais esta rede de serviços, facilitando o acesso à prevenção daqueles que estão vulneráveis ao HIV. Um comprimido diário é suficiente. Além disso, precisamos destacar a importância da adesão às demais estratégias de prevenção combinada, que incluem o uso de preservativos, a Profilaxia Pós Exposição ao HIV (PEP), o tratamento das Infecções sexualmente Transmissíveis (IST), para destacar alguns exemplos”, afirma Artur Kalichman, coordenador do Programa Estadual DST/Aids-SP.

O medicamento utilizado na PrEP é indicado a homens que fazem sexo com homens, mulheres transexuais, travestis, profissionais do sexo que tenham tido relações sexuais sem uso de preservativo nos últimos seis meses e/ou episódios recorrentes de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e/ ou tenham usado repetidamente medicamentos de profilaxia pós-exposição (PEP). Também podem receber o remédio casais sorodiscordantes para o HIV (quando um parceiro tem o vírus e outro, não) que mantêm ou tenham tido relações sexuais sem uso de preservativos.

Há contraindicação para pessoas com doença renal, porém os locais de referência farão avaliações médicas em todos que procurarem pelo tratamento. O medicamento pode ter efeito colateral leve, como dores de cabeça, náuseas e inchaço.

Aos pacientes que aderirem à terapia é recomendado o uso de preservativo durante as relações sexuais, pois a PrEP não protege contra outras doenças sexualmente transmissíveis. Além disso, o medicamento começa a fazer efeito a partir do sétimo dia para exposição por relação anal e a partir do vigésimo dia para exposição por relação vaginal. Durante o tratamento, os usuários serão acompanhados pelo serviço de referência. Após o início do tratamento, haverá retorno num período de 30 dias e, depois, a cada três meses.

Público-alvo e causas

De acordo com pesquisa encomendada pelo Ministério da Saúde e publicada na revista internacional “Medicine”, em São Paulo, 1 a cada 4 homens que transam com homens tem HIV. A partir desse dado preocupante, a Secretaria de Saúde alerta a população sobre a importância de usar preservativo durante qualquer relação sexual.

Transmitida pelo HIV, a Aids é uma doença infecciosa desenvolvida por quem contraiu o vírus. De acordo com o médico infectologista, Ralcyon Teixeira, do Instituto Emílio Ribas, o vírus está presente principalmente no sangue e em algumas secreções do corpo, como o esperma, a secreção vaginal, o líquido que banha o bebê durante gestação e o líquido que banha o cérebro.

“Se a pessoa tiver contato com uma dessas secreções ou com o sangue contaminado e perfurando, porque na pele integra não passa HIV, ela pode se contaminar. Por outro lado, não há vírus na saliva, na urina, nas fezes e na lágrima,” explicou.

“Um dos motivos de ter aumentado o número de pessoas infectadas com o vírus do HIV/Aids é o hábito de não usar camisinha.” O alerta é do infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Jean Gorinchteyn.