São Paulo promove 1º Encontro sobre Transplantes e Doação de Órgãos

Evento faz parte das comemorações do ‘Setembro Verde’, mês de incentivo à doação de órgãos; SP faz cerca de 40% dos transplantes do país

qui, 20/09/2018 - 15h29 | Do Portal do Governo

A Secretaria de Estado da Saúde promove, nos dias 24 e 25 de setembro, o 1º encontro de profissionais que atuam com doação e transplantes de órgãos em São Paulo. O evento inédito ocorre em celebração ao ‘Setembro Verde’, mês de incentivo à doação de órgãos, e vai homenagear as equipes com os melhores indicadores na área.

O encontro, que ocorre na capital paulista (endereço e programação abaixo), tem como principal meta a integração e atualização do conhecimento técnico-científico de gestores de saúde, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e assistentes sociais ligados à área de cuidados intensivos (UTI, reanimação, sala de emergência, etc.), que atuam nas 150 CIHT (Comissões Intra-hospitalares de Doação e Transplantes) e 10 OPO (Organizações de Procura de Órgãos) no Estado de São Paulo.

A homenagem das CIHT ocorre no primeiro dia (24), com abertura às 18h30, contando com a presença de secretário adjunto da Saúde Estadual, Antonio Rugolo Júnior, e do diretor superintendente do Hospital do Rim (HRIM) e membro do Conselho Consultivo da ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos), José Osmar Medina Pestana.

O segundo dia (25) será marcado por palestras de médicos e especialistas de referência no setor, sobre temas como Ética e Bioética no processo doação x transplante, captação de córnea, entre outros. Há mais de 200 profissionais inscritos, representando 95 hospitais paulistas que atuam na notificação sobre potenciais doadores de órgãos.

“As equipes hospitalares possuem um papel fundamental no processo de viabilização de potenciais doadores de órgãos para o Sistema Estadual de Transplantes do Estado de São Paulo. Reunir os profissionais que atuam na área é uma oportunidade de valorizar a importância deles no processo, e estimulá-los a continuar trabalhando em prol da doação de órgãos”, afirma a coordenadora da Central de Transplantes, Marizete Medeiros.

Recorde de transplantes no país

O Estado de São Paulo realiza cerca de 40% dos transplantes do Brasil. A Central de Transplantes paulista foi pioneira no país, e completou 21 anos em julho último com balanço superior a 100 mil doações realizadas em mais de duas décadas.

Em 2018, até o mês de setembro, foram realizados no Estado de São Paulo 2.234 transplantes de órgãos, sendo 1.528 de rim, 491 de fígado, 75 de coração e 73 de pulmão.

Se comparado com dados de 10 anos atrás, é possível ver um aumento substancial no número de transplantes, visto que, em 2008, foram realizados 1.270 transplantes de órgãos, o que representa um aumento de 76%.

Os números são resultado do trabalho das Comissões Intra-Hospitalares de Transplantes (CIHT), que realizam a busca e identificação de doadores potenciais de órgãos e tecidos na instituição em que está sediada, por meio da articulação com as equipes médicas da instituição, em especial as das Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) e Urgência e Emergência, no sentido de estimular o adequado suporte para fins de doação, colaborando para a otimização e manutenção das condições clínicas do doador. O trabalho das comissões, em parceria com as Organizações de Procura de Órgãos (OPOs), é essencial na viabilização e cuidado dos doadores de órgãos, e consequentemente para a otimização do cenário de transplantes em SP.

A importância de doar

O promotor de vendas Rodrigo Sanchez passou recentemente por um transplante de rim. Porém, antes de passar pelo procedimento, muitos cuidados são exigidos. “Na fila, nunca sabemos quando seremos chamados. Pode demorar um dia ou anos. Quando fui chamado, senti muito medo, mas muita alegria também. Beber água e urinar normalmente é muito gratificante”, relata.

O mesmo drama foi enfrentado pelo autônomo Marcos Antonio Trentin, que antes de receber um novo fígado, sofria muito com as dores, perdendo as forças e até a possibilidade de caminhar. “Eu não queria fazer, mas depois de transplantado, eu tenho uma vida bem melhor do que eu tinha antes de ficar doente”, conta.

Somente o Estado de São Paulo responde por cerca de metade dos transplantes realizados em todo o Brasil. A população paulista conta ainda com o primeiro hospital público especializado, o Euryclides de Jesus Zerbini, com capacidade para a realização de transplantes de córnea, pâncreas, fígado e medula óssea.

O órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde comemorou em 2017 o crescimento do índice de doações de órgãos – cerca de 22%. “A nossa maior conquista é garantir todos os princípios e equidade com essas pessoas”, diz Marizete Medeiros, coordenadora da instituição.

Como ser um doador

Para ser um doador de órgãos, basta o indivíduo notificar seus familiares sobre sua intenção de ser doador. Esta ação é fundamental, pois no Brasil a legislação determina que a retirada de órgãos e tecidos de doadores só pode ocorrer após o diagnóstico de morte cerebral, constatado por dois médicos e com a autorização de familiares, não sendo necessário realizar registros em entidades, por exemplo. Pulmões, coração, rins, fígado, córneas, pâncreas, pele, cartilagem, medula óssea e ossos são alguns dos órgãos e tecidos que podem ser doados e salvar vidas.