O governo de São Paulo realizou uma audiência pública nesta quarta-feira, 19, para apresentar os detalhes de um total de R$ 3,8 bilhões que serão aplicados em obras para melhorar a fluidez do tráfego de veículos no sistema viário da Região Metropolitana de São Paulo. Os empreendimentos serão realizados em convênios entre Estado e Prefeitura de São Paulo, com participação da iniciativa privada.
Esses investimentos se somam aos mais de R$ 20 bilhões que estão sendo aplicados em outras duas ações fundamentais para aliviar o trânsito da região: investimento maciço na ampliação do sistema metro-ferroviário e a construção do Trecho Sul do Rodonael.
Com previsão de entrega das obras em 2010, estão no Programa de Desenvolvimento Estratégico Metropolitano de São Paulo a ampliação da avenida Roberto Marinho e ligação com a Imigrantes, ampliação da avenida dos Bandeirantes, com criação de faixas exclusivas destinada aos caminhões, e o prolongamento da Jacu Pêssego, na zona Leste, fazendo a ligação do Rodoanel com as rodovias Ayrton Senna e Dutra, na malha viária urbana, além da ampliação das pistas já existentes na Marginal Tietê e criação de uma terceira via auxiliar entre a pista local e a expressa.
Além de desafogar o trânsito na RMSP, as mudanças do sistema viário paulista beneficiarão diretamente os motoristas que chegam à capital pelas principais rodovias do Estado.
“São obras que estão em estudo final de projeto executivo. Grande parte delas devem começar no final deste ano”, previu o secretário de Economia e Planejamento, Francisco Vidal Luna. Segundo ele, o prazo para a conclusão dos trabalhos oscila entre o segundo semestre do próximo ano e o primeiro de 2010. A licitação de uma parcela das obras deve estar concluída ainda no primeiro semestre deste ano.
No projeto da Marginal Tietê estão previstas novas alças de acesso agilizando a travessia das marginais. É o caso do complexo do Tamanduateí, onde uma ponte será construída na avenida do Estado sobre o rio Tietê. Somente nas obras da marginal, os investimentos devem chegar a R$ 1,4 bilhão. Desse montante, R$ 440 milhões podem ser investidos pelas concessionárias, responsáveis pelas obras nos complexos Anhanguera, Gastão Vidigal e Cebolão. O restante dos recursos sairá da parceria formalizada entre o governo estadual e a prefeitura de São Paulo. Para os técnicos da Secretaria dos Transportes do governo paulista, a remodelação da marginal garante uma redução de 12% nos congestionamentos, 40% no tempo de viagem e 50% no número de acidentes ao longo da via.
A avenida dos Bandeirantes vai ser alargada, com a reserva de duas faixas na esquerda para caminhões em ambos os sentidos, duas passarelas e acessos subterrâneos à rodovia dos Imigrantes.
A criação da faixa exclusiva aliviará o tráfego na via, corredor de passagem para 250 mil veículos por dia, cerca de 700 caminhões por hora. A estimativa é elevar a velocidade média de 20 km/h para 35 Km/h; redução imediata dos congestionamentos de 15 km para 7 Km e redução de acidentes de 1.500 para 300 ao ano.
Leste
As intervenções na avenida Roberto Marinho visam oferecer alternativa à saída para a Imigrantes, desafogando o tráfego na avenida dos Bandeirantes.
As obras previstas na Jacu Pêssego vão aliviar o tráfego na zona Leste, atender o crescimento da demanda de veículos que diariamente passam pela região em direção ao ABCD, criar novo acesso ao aeroporto de Guarulhos e facilitar o acesso ao Porto de Santos.
Somando 9,9 quilômetros de extensão, o programa prevê o prolongamento da via entre da avenida Ragueb Chohfi até a avenida Papa João XXIII. Daí seguirá a duplicação até o município de Mauá, em 3,3 quilômetros de pista, ligando-se ao Trecho Sul do Rodoanel. Após a conclusão das obras do Complexo Jacu Pêssego e do trecho Sul do Rodoanel estarão interligadas 9 das 10 estradas com acesso à capital, reduzindo o tráfego nas principais vias urbanas.
“A Jacu-Pêssego fará as vezes de um mini-rodoanel leste, até termos o trecho Leste do rodoanel construído. Ela vai trazer muito emprego para cá, porque vai facilitar o acesso e a comunicação direta entre regiões industriais que hoje têm que passar por São Paulo”, observou o governador José Serra ao visitar as o trecho em que as obras já estão em andamento.
