Estado inaugura 1ª Oficina-Escola Profissionalizante de Costura Industrial de SP

Diferencial é a parceria firmada com o Senai para propiciar curso com certificado da instituição

ter, 04/10/2011 - 16h00 | Do Portal do Governo

A falta de mão de obra especializada na área de confecção preocupa empresários do setor e a capacitação profissional é apontada como solução. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), há um déficit de costureiras qualificadas. Inserir socialmente o preso e dar-lhe uma profissão é o objetivo do projeto Fabril da Funap.

Para isso foi inaugurada a primeira Oficina-Escola de Costura Industrial no Sistema Prisional Paulista, na Penitenciária de Irapuru. A oficina-escola é uma iniciativa da Secretaria da Administração Penitenciária, com o auxílio da Fundação Manoel Pedro Pimentel (Funap) em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). O Senai qualificou um funcionário da Funap para ser o instrutor permanente dos alunos, o qual passará as informações aos presos da Oficina-Escola de Costura Industrial de Irapuru.

Essa oficina representa o 10º Centro de Produção e Qualificação Profissional direcionado exclusivamente à confecção, como parte do Projeto Fabril da Funap que, no interior das unidades prisionais, promove a capacitação profissional de mil sentenciados por mês, com remuneração de três quartos do salário mínimo, além da remição da pena. O diferencial dessa oficina é a parceria firmada com o Senai em propiciar um curso de qualificação profissional com o certificado da instituição.

Projeto-piloto

A unidade prisional de Irapuru recebeu o projeto-piloto. Situada na região da Alta Paulista, pertencente à Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Oeste do Estado de São Paulo, conta com uma população carcerária de 1,2 mil presos, em média. Desses, 134 participam do Programa de Educação promovido pela Funap, distribuídos em nove turmas: duas de alfabetização, cinco de ensino fundamental e duas de ensino médio.

De acordo com Lucia Casali, diretora executiva da Funap, a unidade prisional de Irapuru foi escolhida para receber o projeto-piloto por causa da distância (610 km da capital paulista). “A Funap abrange o Estado de São Paulo e precisamos levar os cursos profissionalizantes para os presos nos lugares mais distantes”.

O objetivo é capacitá-los na área de costura industrial e criar mão de obra qualificada para o exigente mercado de trabalho, promovendo a geração de renda para os trabalhadores e contribuindo para facilitar-lhe o retorno à sociedade.

O curso propicia a aprendizagem do manuseio de máquinas retas, overloque e zigue-zague, tipos de costura, tipos de linhas e agulhas, união de tecidos, além de regulagem dos pontos e acabamento das peças. Durante o aprendizado também são debatidos aspectos como normas de segurança e saúde no ambiente de trabalho, qualidade, produtividade, noções de planejamento e organização. Na montagem do curso foram investidos R$ 300 mil para a formação da oficina e para a aquisição de 40 máquinas.

O critério de formação das turmas deve seguir o pré-requisito da progressão de regime, ou seja, sentenciados que estão no lapso do semiaberto ou que já cumprem esse regime na unidade prisional.

As turmas têm 16 alunos cada, podendo ocorrer até duas turmas por dia. O curso é organizado em 160 horas presenciais, com três horas diárias. As aulas, iniciadas em julho, já beneficiaram 32 presos que, além da capacitação, receberam bolsa no valor de R$ 200,00. O curso é dividido em cinco módulos. “Estamos preparando a segunda fase do projeto que entrará em breve na unidade,” finaliza Lúcia Casali.

Da Agência Imprensa Oficial