Estado de SP supera recorde em doação de órgãos

Número de doadores já é 11,7% superior ao total de 2008, melhor marca até então

seg, 19/10/2009 - 11h34 | Do Portal do Governo

Atualizado em 26 de outubro às 12h55

O Estado de São Paulo já superou o total de doadores de órgãos registrado no ano passado – a marca foi atingida dois meses antes de 2009 terminar. É o que aponta o mais recente balanço da Secretaria da Saúde com base nos dados da Central Estadual de Transplantes. Até 13 de outubro deste ano, foram contabilizados 543 doadores viáveis (que tiveram um ou mais órgãos aproveitados para transplante) em todo o Estado, número 11,7% superior ao registrado em 2008, quando houve 486 doadores – esta era a melhor marca até então. 

O número de órgãos transplantados neste ano já chega a 1.443, maior do que as 1.395 cirurgias realizadas ao longo do ano passado inteiro. Até 13 de outubro houve 77 transplantes de coração, 98 de pâncreas, 801 de rim, 443 de fígado e 24 de pulmão. 

O crescimento é resultado do aprimoramento do trabalho de captação nos hospitais e da implantação de um novo projeto que criou coordenadores intra-hospitalares de doação e transplante em 31 hospitais da rede estadual paulista. Esses profissionais têm como função identificar pacientes que possam ser potenciais doadores e acompanhar o processo de realização de exames para viabilizar a doação. 

Batizado de “Doar São Paulo” o projeto garante remuneração extra de aproximadamente R$ 4 mil por mês aos médicos, que foram indicados pela direção dos hospitais e treinados pela Secretaria. Os coordenadores, que já eram funcionários das unidades, são em geral médicos intensivistas ou neurologistas, escolhidos por terem bom relacionamento com os demais profissionais e conhecimento das rotinas dos hospitais. 

O papel dos coordenadores intra-hospitalares é realizar visitas diárias a setores como UTIs, terapias semi-intensivas, recuperação pós-anestésica e pronto-socorro para verificar a existência de pacientes com suspeita de morte encefálica, condição essencial para a doação, conversar com os chefes de equipe e auxiliar na abertura de protocolos para a comprovação do óbito. 

A cada notificação de potencial doador realizada pelo hospital participante do projeto, uma mensagem é enviada automaticamente ao telefone celular do médico da Central de Transplantes responsável pelo projeto, que acompanha tudo o que está acontecendo. 

Os coordenadores também monitoram a realização dos exames clínicos e do exame gráfico para constatação da morte encefálica, mantêm contatos regulares com as Organizações de Procura de Órgãos e a Central de Transplantes e preenchem um relatório para cada notificação de potencial doador. Todos os meses eles irão participar de uma reunião com representantes da Secretaria com objetivo de discutir medidas para o aprimoramento do trabalho. 

“Com auxílio da população e a colaboração dos hospitais, que estão mais atentos à notificação de potenciais doadores, estamos obtendo resultados cada vez melhores nesta área e ajudando a salvar muitas vidas”, afirma Luiz Roberto Barradas Barata, secretário da Saúde. 

Da Secretaria da Saúde