Estado de SP desenvolve ações ligadas ao uso racional da água

Companhia de Saneamento Básico do Estado e Secretaria do Meio Ambiente conduzem atividades para conscientização e cidadania

qui, 30/08/2018 - 16h34 | Do Portal do Governo

Durante o inverno, período caracterizado pela predominância da estiagem, a ações voltadas à utilização correta da água ganham ainda mais importância. Além da economia no bolso, o uso adequado do recurso tem destaque como ação para conscientização e cidadania.

Em São Paulo, uma das experiências de maior sucesso na área é o Programa de Uso Racional da Água (Pura), conduzido pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) há mais de 22 anos. Um avanço significativo na iniciativa foi o reconhecimento da relevância em outros Estados do Brasil.

Tal fato aumenta a qualidade do programa e justifica as honrarias já recebidas pela ação. Vale destacar que o Pura consiste em intervenções físicas, com a substituição de equipamentos sanitários, e conscientização por meio de palestras e treinamentos. A iniciativa tem os prédios públicos como maiores clientes (hospitais, escolas e universidades), que têm desconto na tarifa.

Resultados

A iniciativa privada também integra as atividades, como segmentos da indústria e do comércio. Nas plantas industriais, apesar de não haver desconto na tarifa, o benefício está ligado diretamente à redução do consumo, que, consequentemente, gera economia na conta de água e, em alguns casos, na energia. De todo o modo, o maior retorno está ligado à preservação do meio ambiente.

Segundo o gerente do programa, engenheiro Ricardo Chahin, a Grande São Paulo conta com aproximadamente 1,4 mil edifícios cadastrados. “Desde 2008, nessa região, a iniciativa já gerou uma economia de quase 130 litros por segundo, suficiente para atender ininterruptamente mais de 70 mil pessoas”, enfatiza.

“O Pura já foi tema de várias palestras que realizei e já serviu de base para outras unidades da Federação, que também realizam atividades para o uso consciente da água. Eu fico feliz em saber que foi uma luta árdua, mas que rendeu frutos”, explica a engenheira Sônia Nogueira, responsável por criar e coordenar o programa por vários anos.

“Nós plantamos a ‘sementinha’ e hoje ela se tornou uma árvore enorme, com bons frutos e divulgação. O programa só foi para frente graças ao trabalho de toda uma equipe”, acrescenta.

Articulação

Outra ação promovida pelo Governo Paulista em relação à estiagem é a Operação Corta Fogo, de responsabilidade da Secretaria do Meio Ambiente (SMA), que articula órgãos como o Corpo de Bombeiros, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de São Paulo, a Polícia Militar Ambiental (PAmb), a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), a Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo (FF) e o Instituto Florestal (IF).

As atividades ocorrem desde 2011 e mobilizam diversas regiões do Estado, por meio dos treinamentos oferecidos por integrantes da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de São Paulo. A cada ano, a operação adota novas estratégias para auxiliar no combate a incêndios florestais. Uma delas é a adesão de municípios, que atualmente somam 227 (35% das cidades paulistas).

Segundo decreto estadual que regulamenta a parceria, as administrações municipais são consideradas órgãos locais do Sistema Estadual de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais. Com isso, os gestores têm competência para desempenhar ações de prevenção, controle, fiscalização e combate aos incêndios em áreas com cobertura vegetal.

Convergência

É importante frisar que a adesão possibilita uma convergência entre as políticas públicas desenvolvidas pelo Estado e as cidades. A prefeitura municipal se compromete a inserir ações de prevenção e combate aos incêndios florestais em seu planejamento e gestão ambiental no território sob jurisdição.

Os municípios ficam responsáveis pela criação, formalização e institucionalização de uma brigada composta por servidores municipais, que devem participar de treinamentos do Corpo de Bombeiros, nos cursos específicos de combate ao fogo em coberturas vegetais.

Ainda sob a responsabilidade do município, o mapeamento das áreas de risco de incêndios florestais e o desenvolvimento de ações de prevenção, como campanhas educativas, reuniões com a sociedade civil, sindicatos e proprietários rurais, formação de multiplicadores, dentre outras.

Ao aderir à Operação Corta Fogo, os municípios ganham o reconhecimento do Governo Estadual, são capacitados pelo Corpo de Bombeiros e pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, além de receberem assessoria técnica em queimadas e incêndios florestais. Em casos excepcionais, as administrações locais contam com subsídios financeiros para o cumprimento dos objetivos da ação.

Estratégias

Por meio dessas atividades, os cidadãos também podem ser conscientizados sobre o uso de água e a importância de desenvolver estratégias para ligar com o período mais seco do ano. “É preciso economizar água: fechar a torneira enquanto escova os dentes e evitar banhos demorados, fechando o chuveiro enquanto se ensaboa. Cinco minutinhos são suficientes para ficar limpinho e cheiroso”, avalia o subdiretor de Planejamento da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, capitão Alberto Luis Silva.

Cidadãos da capital paulista, do litoral e do interior dão bons exemplos de uso consciente de água, o que contribui, inclusive, para a redução do valor a ser pago na conta. Um dos exemplos é de Maria Rodrigues Correia, de 69 anos, moradora da Vila Franca, na zona sul da cidade de São Paulo.

A aposentada mora com o marido e recebe constantemente os netos em casa. “Lavo roupa e aproveito a água para a próxima vez que usar a máquina. Posso também usar para limpar o quintal. São práticas importantes porque não conseguimos fazer nada sem água”, ressalta Maria Rodrigues Correia.

Dicas

Confira, a seguir, algumas dicas da Sabesp para economizar o recurso, principalmente em períodos de estiagem:

1) Fazer a barba em 5 minutos com a torneira aberta gera o consumo de doze litros de água; ao fechar a torneira, o consumo cai para três litros, no máximo.

2) O consumo é de doze litros de água quando se escova os dentes com a torneira aberta; ao fechar a torneira enquanto escova os dentes e enxaguar a boca com um copo de água, o gasto cai para meio litro de água.

3) Usar o tanque com a torneira aberta por 15 minutos ocasiona o consumo 279 litros de água (o melhor é deixar acumular roupa, colocar a água no tanque para ensaboar e manter a torneira fechada).

4) Ao todo, são consumidos 135 litros por lavagem de roupa em máquina com capacidade de cinco quilos (por isso, use apenas o equipamento com a capacidade total).