Estado cria cargos de pesquisador para o Hospital das Clínicas

Homologação da lei foi assinada pelo governador Cláudio Lembo em solenidade na Faculdade de Medicina da USP

seg, 31/07/2006 - 13h35 | Do Portal do Governo

O Governo do Estado de São Paulo criou 55 cargos de pesquisador científico para os 62 Laboratórios de Investigação Médica (LIMs) do  Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

O governador Cláudio Lembo assinou a homologação da lei, nesta segunda-feira, 31 de julho, em cerimônia na Faculdade de Medicina da USP.

“São 55 pesquisadores, um quadro até pequeno, mas excepcionalmente importante para São Paulo e para o país, porque vão permitir enormes avanços na ciência brasileira”, ressaltou o governador.

Segundo o diretor da Faculdade de Medicina da USP, Giovanni Guido Cerri, essa era uma reivindicação antiga do complexo HC-FMUSP, que até então não tinha carreira de pesquisador.

Os pesquisadores serão enquadrados na referência PqC-1/Nível I e podem ascender até o Nível VI, compatível com a carreira de docente da USP.

Além de criar os cargos de pesquisador científico, a lei também equipara os LIMs a instituições de pesquisa, definidas na Lei Complementar 125, de 18/11/1975.

Os Laboratórios de Investigação Médica do HC-FMUSP, criados em 1975, possuem cerca de 120 grupos de pesquisa cadastrados no diretório do CNPq. A produção científica desenvolvida nos LIMs representa 7,3% da publicação brasileira e 3,3% da publicação latino-americana, nas áreas de saúde e ciências biomédicas, segundo dados do Ministério da Ciência e Tecnologia.

  Os pesquisadores dessas unidades têm atuado em diferentes projetos de alcance nacional e internacional, liderando grupos que têm gerado conhecimento de ponta e que se traduzem para a prática clínica.

Muitas pesquisas geradas nos LIMs têm subsidiado a reorientação de políticas públicas. Esses grupos desenvolvem pesquisa em diferentes campos das ciências da saúde e têm investigado doenças tais como Aids, hepatite C, Alzheimer, esquizofrenia, asma, câncer de mama e de colo de útero e infarto do miocárdio.

Destacam-se ainda estudos da dinâmica e controle vacinal de epidemias e estudos sobre o impacto da poluição ambiental na saúde. Tratamentos de alta complexidade, que incluem novas técnicas cirúrgicas, transplantes e terapias celulares, são também alvo de investigação e aprimoramento por grupos de pesquisa dos LIMs.

Entre os presentes estavam o secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, o diretor da FMUSP e presidente do Conselho Deliberativo do HC, Giovanni Guido Cerri, o superintendente do HC, José Manoel de Camargo Teixeira, o diretor executivo dos LIMs, José Eluf Neto, e o presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, Rodrigo Garcia.

Segurança

O governador Cláudio Lembo voltou a comentar a ajuda oferecida pelo Exército no combate ao crime organizado em São Paulo.

Ele reafirmou trabalhar em cooperação com o Governo Federal, mas fez ressalvas. “Eu quero Exército como logística, inteligência, transporte e deslocamento de tropas”. E descartou colocar tropas federais nas ruas de São Paulo, o que, segundo ele, levaria as pessoas a terem uma sensação falsa de segurança.

“Uma coisa que eu não quero e pretendo não precisar, é de posição ostensiva do exército nas ruas. Acho que tanque de guerra, caminhão de assalto, ao invés de ajudar no combate à criminalidade, só cria um clima ruim na cidade para todos nós, além de não ter eficiência e eficácia”.

Sobre a notícia veiculada na imprensa, de que São Paulo havia pedido transferência de presos para o Rio de Janeiro, o governador foi enfático. “Não pedi a transferência de presos para o Rio de Janeiro. Fiquei, inclusive, bastante surpreso com essa notícia. Nenhum dos dois secretários, nem eu, não pedimos absolutamente nada. Se esse pedido houve, foi do Governo Federal à revelia de São Paulo. O que é uma intervenção indevida nos assuntos internos do Estado”.

Manuela Sá