Estado cria cadastro de madeireiras paulistas

Produtos de origem nativa da flora brasileira comercializados serão registrados em base de dados

seg, 02/06/2008 - 11h13 | Do Portal do Governo

Atualizada às 14h34

O governador José Serra assinou, nesta segunda-feira, 2, no Palácio dos Bandeirantes, o decreto de criação do Cadastro Estadual das Madeireiras Paulistas (Cadmadeira), abrindo a Semana do Meio Ambiente. Com a iniciativa, serão cadastradas, no âmbito estadual, as pessoas jurídicas que comercializam produtos e subprodutos de origem nativa da flora brasileira, o que se constituirá num instrumento fundamental na luta contra o comércio ilegal de madeira da Amazônia.

“Esse decreto obriga a certificação da madeira por parte das empresas”, disse o governador José Serra na cerimônia de assinatura do documento. “As pessoas não devem comprar de empresas que não tiverem madeira certificada porque essa madeira é a madeira da destruição do patrimônio ambiental brasileiro”, completou.

Segundo o governador, o decreto é uma contribuição modesta, mas significativa do Estado de São Paulo para a preservação ambiental. ”Nós aqui temos uma política ativa e positiva de meio ambiente”, disse Serra.

Plantio de espécies raras

Também como parte das ações de abertura da Semana de Meio Ambiente, o governador José Serra plantou exemplares de espécies raras cedidas pelo Instituto Florestal em um bosque localizado no Palácio dos Bandeirantes. O objetivo desse ato simbólico é conscientizar a população sobre a importância de se relacionar de maneira sustentável com o meio ambiente. Participaram da cerimônia, além do secretário estadual do Meio Ambiente, Xico Graziano, oito personalidades ligadas à luta pela preservação ambiental, como Mario Mantovani (SOS Mata Atlântica), Ignácio de Loyola Brandão (escritor), Luisa Mell (apresentadora de tevê) e Juca de Oliveira (ator). Na mesma ocasião, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SMA) divulgou um pacote de 21 ações ambientais.

O Acervo Natural do Palácio

Instalado no alto de um espigão da Serra Morumbi, o Palácio dos Bandeirantes está cercado por bolsões de uma rica vegetação. São aproximadamente duas mil árvores plantadas, marcando com sua florada cada estação do ano e abrigando em seus galhos diversas espécies de pássaros. Um patrimônio natural que desde 1989 é protegido por um decreto que declara todos os exemplares arbóreos do Palácio imunes ao corte. 

Para proteger ainda mais tão rico acervo, a Casa Civil em parceria com o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) está fazendo o cadastramento das árvores existentes e elaborando um inventário arbóreo que reunirá informações importantes para a criação de estratégias de manejo e conservação dos bosques palacianos. Os técnicos fazem o registro detalhados de elementos como a ocorrência de organismos agressores (fungos, cupins, brocas e formigas) ou defeitos internos e externos que podem interferir na estabilidade dos exemplares e significar risco de queda.

Embora ainda esteja em curso, o  inventário já destaca a existência de diversos exemplares da flora nativa brasileira, como o Ipê Amarelo (Tabebuia sp),  Paineira (Chorisia speciosa), Pau- Brasil (Caesalpinia echinata), Jequitibá-Rosa (Cariniana legalis), Araucária (Araucaria angustifólia), Palmeira Jerivá (Syagrus romanzoffiana) e Pau Jacaré (Piptadenia gonoacantha). Além de árvores exóticas como as Cerejeiras, Pinheiros e Flamboyant.

Outra parceria da Casa Civil, desta vez com especialistas do Centro de Estudos Ornitológicos (CEO), organização não governamental e sem fins lucrativos vinculada à USP, desenvolveu estudos ornitológicos de reconhecimento da avifauna dos jardins do Palácio dos Bandeirantes. De agosto de 2006 a julho de 2007, em nove visitas ao Palácio os especialistas identificaram 46 espécie de aves como o João de Barro (Furnarius rufus), o Quero- Quero (Vanellus chilensis), o Pica-Pau do campo (Colaptes campestris) e o Alma de Gato (Piaya cayana).

Mariana Garbin / Manoel Schlindwein