Estado convoca 1,7 milhão de adolescentes para vacinação contra o HPV

Doses estão disponíveis permanentemente nos postos para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos

seg, 24/09/2018 - 11h28 | Do Portal do Governo

A Secretaria de Estado da Saúde alerta os pais e responsáveis para vacinarem seus filhos contra o HPV (papilomavírus humano). Mais de 1,7 milhão de adolescentes e pré-adolescentes precisam aderir à vacinação no Estado de São Paulo.

As doses estão permanentemente disponíveis nos postos para meninas com idade entre 9 a 14 anos e meninos na faixa de 11 a 14 anos. A vacina é eficaz e protege contra vários tipos de cânceres em mulheres e homens. O esquema de imunização completo é composto por duas doses, sendo a segunda aplicada após seis meses a primeira.

Entre o total de adolescentes a serem vacinados, precisam receber a primeira dose 752 mil garotas e 967 mil garotos. A população-alvo total é de aproximadamente 1,9 milhão de meninas e 1,4 milhão de meninos.

Para a segunda dose, os públicos somam 1,8 milhão de garotas e 1,2 milhão de garotos. Ainda precisam ser vacinadas 1 milhão de meninas e 1 milhão de meninos.

Desde 2014, quando a vacina contra o HPV foi incorporada no Calendário Nacional de Vacinação, 1,2 milhão de garotas receberam a primeira dose, o que representa 61,8% da população-alvo. A segunda dose já foi aplicada em cerca de 815 mil (44,9% de cobertura).

Os meninos passaram integrar o calendário nacional em 2017. Até o momento, 419 mil receberam a primeira dose (30,2%) e, destes, 166 mil (13,7%) já estão integralmente imunizados, devido à aplicação da segunda dose.

“A vacina contra o HPV é segura, eficaz e fundamental para a prevenção de tipos de câncer que afetam tanto homens quanto mulheres. A proteção contra o papilomavírus humano só é completa se os adolescentes e pré-adolescentes tomarem as duas doses. Por isso, é fundamental que os pais e responsáveis compareçam aos postos”, afirma a diretora de Imunização da pasta, Helena Sato.

A imunização contra o HPV previne diversos tipos de câncer que afetam os sexos feminino e masculino. A vacina disponível na rede pública de saúde previne cerca de 80% cânceres do colo útero e 90% das verrugas genitais, além de outros tipos de câncer, como câncer anal, de pênis, de vagina e de orofaringe.

Transmissão e sintomas

O papilomavírus humano (HPV) é um vírus contagioso que pode ser transmitido com uma única exposição, por meio de contato direto com a pele ou mucosa infectada. Sua principal forma de transmissão pode ocorrer via relação sexual, mas também há contagio entre mãe e bebê durante a gravidez ou o parto, a chamada transmissão vertical.

“É comum as pessoas associarem o HPV ao sexo, mas a doença pode acontecer até mesmo, mas de maneira mais difícil, com o contato com roupas e toalhas”, explica a Dra. Luisa Lina Villa, do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo).

Inicialmente assintomática, a infecção por HPV pode evoluir para lesões de pele e mucosas, em alguns casos também ocasiona o surgimento de verrugas genitais. Quando não tratada corretamente, essas lesões podem evoluir para um quadro de câncer genital, como o câncer de colo de útero, cuja doença tem como principais sintomas dores, corrimento ou sangramento vaginal.

Sexo sem proteção adequada é um fator de risco para contrair inúmeras doenças sexualmente transmissíveis, entre elas o HPV, intimamente relacionado ao câncer de colo do útero. Entretanto, existem pacientes que tiveram apenas um parceiro e também desenvolveram tumores. Não é possível identificar com exatidão todos os fatores que levaram ao desenvolvimento da doença.

As DSTs não escolhem faixa etária, condições socioeconômicas ou educacionais. Atualmente, o HPV e a sífilis estão entre as DSTs mais comuns atendidas nos consultórios médicos. O HPV é um vírus que causa verruga nos órgãos genitais e pode provocar o câncer de colo de útero nas mulheres. Porém, “é preciso ficar atento também às uretrites, cujos principais sintomas são a dor ao urinar e a secreção pelo canal uretral, causados principalmente por gonorreia e clamídia”, comenta Claudio Murta, urologista e coordenador do Centro de Referência da Saúde do Homem.