Estado avança mais uma etapa do Projeto Tietê

Bombas da Estação de Tratamento na Capital estão prontas para entram em operação

ter, 14/08/2007 - 10h30 | Do Portal do Governo

(atualizada às 17h35)

O governo de São Paulo está prestes a concluir mais uma etapa no sentido de melhorar a qualidade das águas da bacia do Alto Tietê e Represa Billings. O sistema de bombas da Estação de Tratamento Pomar, na Capital, está sendo concluído. Nesta terça-feira, 10, o governador José Serra visitou a obra, que conta com investimento superior a R$ 26 milhões. A estação integra o calendário de intervenções do Projeto Tietê, programa do governo paulista que visa reduzir a carga de dejetos acumulada na Região Metropolitana de São Paulo.

O custo total da segunda etapa do Projeto Tietê foi estimado em US$ 400 milhões. Metade destes recursos sairão dos cofres da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). O restante chegou ao projeto por meio de um financiamento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

Após vistoriar as obras, o governador Serra enumerou os benefícios com a entrada em operação do sistema elevatório Pomar. “Essa estação elevatória vai permitir aumentar a coleta e o tratamento de esgotos na região metropolitana de São Paulo. Vai permitir elevar de 63% para 70% o esgoto tratado. Assim caminhamos para melhorar o saneamento, o que significa mais saúde e melhores condições ambientais para a população”, destacou.

A Secretária Estadual de Saneamento e Energia, Dilma Seli Pena, adiantou que a Estação de Tratamento Pomar será inaugurada no final do mês de setembro. “A elevação em 7% da coleta e tratamento do esgoto parece pequena, mas não é se comparada aos 20 milhões de pessoas que vivem na Grande São Paulo”, avaliou Dilma.

Ela aproveitou a ocasião para frisar que o governo estadual coordena uma série de ações com objetivo de limpar as águas do rio, além do próprio Projeto Tietê. Entre elas, o Programa Córrego Limpo que visa despoluir 42 córregos em São Paulo e o projeto que beneficiará 44 mil famílias que residem às margens das represas Guarapiranga e Billings. A proposta é revitalizar favelas e recuperar mananciais nas margens das duas represas.

O prefeito paulistano, Gilberto Kassab, lembrou da importância do projeto. “É um avanço na consolidação de um projeto que vai elevar a qualidade de vida na cidade de São Paulo”, reforçou Kassab.

Investimentos

Somente para a compra das seis bombas, foram destinados cerca de R$ 3,6 milhões. Esses equipamentos terão como missão conduzir à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Barueri parte do esgoto gerado no vale do rio Pinheiros e na região da represa Billings. Por esse motivo é que os técnicos da Sabesp acreditam que as bombas, cada uma delas com 11,5 toneladas, são verdadeiras aliadas no propósito de melhorar as águas do principal afluente do Rio Tietê: o Rio Pinheiros.

Segundo o superintendente de gestão de projetos da Sabesp, Carlos Eduardo Carrela, embora os 60 quilômetros de interceptores construídos nas margens do Rio Pinheiros estejam prontos, o desnível de até quatro metros em alguns pontos do trecho impedia que os efluentes chegassem à estação elevatória de Pinheiros de forma natural. Daí a importância das bombas nesse processo. Elas evitam que o esgoto gerado nos bairros seja lançado nos córregos e rios que deságuam no Pinheiros.

Carrela explica que nesta primeira fase a vazão média será de 2,20 m3/s, podendo chegar até 4,40 m3/s. Para se ter uma idéia do volume, é como se fossem retirados das águas do Rio Pinheiros, a cada hora, uma média de mil caminhões carregados de esgoto. “A Estação Elevatória terá capacidade para receber uma vazão de 6,70 m3/s até o ano de 2020, em novas etapas do Projeto Tietê”, acrescenta.

Ele lembra que os dejetos saem basicamente de bairros da zona Sul da Capital como Santo Amaro, Alto de Pinheiro, Pinheiros, Campo Belo, Itaim Bibi, Campo Grande, Pedreira, Morumbi, Butantã, Vila Sônia, Vila Andrade; Jd. São Luiz, Socorro, Cidade Dutra, Jardim São Luiz, Grajaú, entre outros. 

Da Estação Elevatória do Pomar, os dejetos seguem para a Estação Elevatória de Pinheiros e posteriormente para a ETE Barueri, responsável por devolver ao Rio Tietê água sem poluição.

Números

Os números do Projeto Tietê impressionam pela dimensão. A meta é levar a coleta de esgotos para cerca de 400 mil famílias da Grande São Paulo, elevando a cobertura da população urbana de 78% em 2000 para 84% em 2008, além de aumentar a taxa de tratamento do esgoto dos atuais 63% para 70% na Região Metropolitana de São Paulo.

Para isso, foram construídos 1.600 quilômetros de novas redes de coleta de esgotos e cerca de 290.000 ligações domiciliares. É como se em linha reta fosse construída uma rede entre São Paulo e Cuiabá no Mato Grosso.

O projeto prevê ainda 190 quilômetros de coletores-tronco e interceptores, para levar os esgotos coletados pelas redes até as ETEs. Mas tratar o esgoto antes de despejá-lo no rio não é a única bandeira do Projeto Tietê. Um Programa de Educação Ambiental, executado em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica e seu Núcleo Pró Tietê também está incluso no projeto.

Além dos moradores da Capital, o Projeto Tietê beneficia diretamente a população das cidades de Taboão da Serra, Osasco, Barueri, Jandira, Itapevi, Mauá, Carapicuíba, Cotia, Poá, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Suzano, Arujá, Embu, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santana do Parnaíba e Itapecerica da Serra. 

Com os investimentos, o governo de São Paulo busca reduzir a mancha de poluição em mais de 40 quilômetros, melhorar a qualidade do abastecimento de água, diminuir a taxa de mortalidade infantil e consequentemente permitir o avanço da qualidade de vida da população.

Cleber Mata