Estado anuncia US$ 3 bilhões para investir no Metrô e CPTM

Segunda-feira, 23 de Junho de 2008 às 15h29

seg, 23/06/2008 - 15h29 | Do Portal do Governo

Atualizada às 19h17

O governador José Serra anunciou, nesta segunda-feira, 23, o aporte de US$ 1,3 bilhão em financiamentos destinados à expansão do transporte sobre trilhos na região metropolitana de São Paulo. A informação foi dada durante cerimônia de liberação dos US$ 1,74 bilhão para o Metrô e a CPTM (o equivalente a R$ 2,8 bilhões), obtidos neste mês junto ao BIRD (Banco Mundial), em Washington, e ao JBIC (Japan Bank for International Cooperation), em Tóquio.

“Dentro da nova capacidade de financiamento que São Paulo tem, apenas para o Metrô e CPTM irão mais US$ 1,3 bilhão”, afirmou o governador. “Já começamos as negociações (do financiamento) com instituições internacionais e (o recurso) virá nos próximos meses”, observou o governador José Serra hoje, na sede do governo paulista, na capital. “Com isso estamos atacando o problema estrutural de transporte em São Paulo”, completou Serra, afirmando que ele será resolvido com a ampliação da malha de metroviária, com a substituição dos trens da CPTM para que a rede atinja o mesmo nível de qualidade do Metrô e a conclusão do Rodoanel.

Empréstimos já firmados 

Em Washington, o governador assinou dois contratos de empréstimo no valor de US$ 645 milhões no dia 12 de junho. Quatro dias depois, em Tóquio, foi a vez do secretário de Economia e Planejamento, Francisco Vidal Luna, assinar financiamentos no valor de US$ 630 milhões. Deste total de US$ 1,275,  a maior parte (US$ 1,085 bilhão) será usada para a aquisição de novos trens e sistemas de manutenção e controle da rede metroferroviária. Foram emprestados US$ 550 milhões pelo Banco Mundial e US$ 535 milhões pelo JBIC. A contrapartida do Estado é de US$ 465 milhões.

Durante os encontros internacionais também foram assinados contratos de empréstimo adicional de US$ 190 milhões para a Linha 4 (Amarela) do Metrô – decorrente da valorização do real frente ao dólar. O recurso será destinado à obra de ligação do bairro paulistano da Luz à Vila Sônia. São US$ 95 milhões do BIRD e outro tanto igual do JBIC.

Serra disse que as tratativas para a liberação de um montante tão expressivo como o obtido pelo Governo do Estado junto ao Banco Mundial levam cerca de um ano e meio para ser concluídas – São Paulo conseguiu cumprir o cronograma em nove meses. “Este é um dinheiro que já pode entrar na semana que vem. É um grande salto em matéria de investimento. Graças ao preparo de nossas secretarias e de nossas companhias, que souberam trabalhar depressa”, observou Serra.

Os empréstimos vão dinamizar o transporte público no Estado, um setor estratégico para o desenvolvimento de São Paulo, por meio da aquisição de 57 novos trens e de sistemas de sinalização e controle de via, telecomunicações, energia, rede aérea e via permanente para o Metrô e para a CPTM. Hoje, no Salão dos Despachos do Palácio dos Bandeirantes, foram assinados os convênios entre a Secretaria de Transportes Metropolitanos, a CPTM e o Metrô, delegando às empresas a execução dos contratos de fornecimento de trens e sistemas.

Mais trens

Com estes recursos, o governo paulista vai adquirir 40 composições novas para a CPTM distribuídas na Linha 7 (Rubi) e na Linha 12 (Safira) – antigas Linhas A e F –, e, 17 composições novas para atender a Linha 1 (Azul) e Linha 3 (Vermelha) do Metrô. O Plano de Expansão dos Transportes Metropolitanos 2007-2010, no valor de mais de R$ 17 bilhões, é o maior investimento já feito no setor por uma administração paulista. Este Plano de Expansão receberá ainda recursos da prefeitura de São Paulo que, depois de um longo período, retoma os investimentos no Metrô.

A aquisição de novos trens, que serão entregues à população entre novembro de 2009 e setembro de 2010, vai diminuir em 25% o tempo de viagem, aumentar em cerca de 33% a oferta de lugares e melhorar o nível de conforto para a população.

Também haverá redução do tempo de espera entre trens dos atuais 8 minutos para 4 minutos nas Linhas 7 e 12 da CPTM; e, no Metrô, dos atuais 109 segundos para 95 segundos na Linha 1, e de 101 segundos para 80 segundos na Linha 3. Isso significa redução de 28 milhões de horas de deslocamentos; diminuição de 700 acidentes de trânsito/ano; além da economia no consumo de combustíveis fósseis e das reduções significativas na emissão de poluentes.

Ao melhorar as condições da CPTM e do Metrô na região metropolitana da capital, haverá um aumento da procura por estes meios de transporte coletivo. Com o aumento da oferta de lugares, espera-se um acréscimo de passageiros transportados, passando de 433 mil passageiros/dia útil para 660 mil passageiros/dia útil nas Linhas 7 e 12 da CPTM – incremento de 52,4%. No Metrô, de 1,963 milhão de passageiros/dia útil para 2,647 milhões de passageiros/dia útil nas Linhas 1 e 3 – incremento de 34,8%.

Investimentos adicionais

Serra aproveitou para citar dois aportes extras aos investimentos realizados no Metrô. O primeiro é da ordem de US$ 246 milhões, oriundo da iniciativa privada. Além disso, a prefeitura da capital vai injetar até o final do ano R$ 1 bilhão – já foram aplicados R$ 275 milhões. “São investimentos que ajudam a expandir o Metrô”, observou o governador.

Manoel Scchlindwein

(I.P.)