Estação Alto do Ipiranga do Metrô será concluída em outubro e atenderá 50 mil pessoas por dia

A nova estação permitirá ir do Ipiranga à região da Avenida Paulista em 10 minutos

qui, 01/06/2006 - 11h25 | Do Portal do Governo

As obras da Estação Alto do Ipiranga do Metrô estão a todo vapor. Cerca de 1.200 pessoas trabalham todos os dias para que a nova estação do prolongamento da Linha 2-Verde tenha suas obras concluídas já em outubro deste ano. Para agilizar ainda mais o ritmo das obras, o número de trabalhadores deve aumentar cerca de 30%. De acordo com o diretor de Engenharia e Construções da Companhia, Sergio Eduardo Favero Salvadori, esse acréscimo é necessário para que o serviço seja executado no tempo previsto.

A nova estação deverá receber cerca de 50 mil passageiros por dia e vai facilitar o acesso ao bairro do Ipiranga e imediações. Para os usuários que moram na região, a boa notícia é que a viagem até a região da Avenida Paulista poderá ser feita em 10 minutos de Metrô. Atualmente, quem precisa chegar do Ipiranga a esse ponto da cidade, gasta aproximadamente 30 minutos, de ônibus ou carro. Nos horários de pico esse tempo pode subir para 40 minutos.

“O Metrô é a melhor solução de transporte para um cidade como São Paulo, principalmente na região do chamado Centro Expandido, onde o transporte em superfície é muito difícil”, diz Salvadori.

O engenheiro ensina a calcular o tempo das viagens de Metrô. “O tempo médio para ir de uma estação a outra é de dois minutos. Assim, basta multiplicar o número de estações a percorrer, por dois, para saber quanto tempo vai durar a viagem”, explica.

A obra

Localizada na esquina das ruas Dr. Gentil de Moura e Visconde Pirajá, a futura estação Alto do Ipiranga possui um poço, que constituirá o corpo principal da estação, com 32 metros de diâmetro e 34 metros de profundidade, ou seja, o equivalente a um edifício de 11 andares. Nesse poço serão instalados o conjunto de escadas fixas e rolantes e os elevadores que darão acesso às plataformas.

As dimensões do poço foram projetadas para garantir a ventilação quase natural da Estação, o que proporciona mais conforto a quem utiliza estação subterrânea. O sistema é semelhante ao das estações Santa Cecília, Anhangabaú e Ana Rosa.

Na última sexta-feira, 27 de maio, foi concluída a concretagem da laje de fundo do poço, que recebeu 2.200 metros cúbicos de concreto. “Essa estrutura precisa ter um determinado peso para garantir a estabilidade da estação, ou seja, para que ela não flutue na água existente no solo”, observa o engenheiro.

Essa etapa da obra requer cuidados especiais. Por isso, na concretagem foram usadas escamas de gelo para que não houvesse elevação excessiva da temperatura gerada pelo endurecimento do concreto. Isso evita que, após o resfriamento, apareçam fissuras no concreto, permitindo a infiltração de água.

Desse poço saem dois túneis: um no sentido Sacomã, com 65 metros, e outro, com 47metros, em direção à Estação Imigrantes. Os dois túneis estão com 95% da obra bruta concluída. Atualmente, os túneis passam por tratamento de impermeabilização, com a colocação de uma manta de PVC.

Na etapa seguinte da obra, está previsto o revestimento secundário dos túneis, a estruturação das plataformas e escadas.

Para viabilizar a operação da estação Alto do Ipiranga é necessário a construção do segundo poço de serviço, o “Gama Lobo” (situado na rua Gama Lobo), por onde serão realizadas as escavações de mais 140 metros de túnel no sentido da futura estação Sacomã.

A estação Alto do Ipiranga será a mais profunda da atual expansão da Linha 2-Verde, com área construída total de 8.485 metros quadrados. Terá dois acessos, dois guichês de bilheteria, sete bloqueios, sete escadas fixas, dez escadas rolantes e três elevadores para portadores de deficiência.

O hall de bilheterias e o bloqueio serão no nível da rua, juntamente com as salas operacionais da estação.

Melhor preço por metro

    De acordo com Sergio Salvadori, o Metrô de São Paulo tem hoje um dos melhores preços por metro do mundo: US$ 100 mil. O cálculo é resultado da soma de obra acabada, material rodante e todo o sistema de operação e sinalização. Em Paris, a Linha 14, inaugurada há cerca de oito anos, teve custo de US$ 150 mil o metro. A Jubilee Line, em Londres, entregue há dois anos, custou US$ 350 mil o metro. O metrô de Atenas, na Grécia, ampliado para receber as Olimpíadas de 2004, teve o preço por metro calculado em US$ 157 mil. E em Nova York, nos Estados Unidos, a previsão é (tendo como fonte representante americano em recente congresso de Transporte Público, em Goiânia) gastar US$ 1 milhão por metro para construir uma nova linha de metrô em Manhattan, local que concentra a maior valorização imobiliária do mundo.

Um dos motivos para o baixo custo do Metrô de São Paulo em relação aos outros é o valor da mão-de-obra, inferior ao praticado na Europa e nos Estados Unidos. Outra razão é a seriedade do Governo paulista no gasto público.

Cíntia Cury