O atletismo foi a modalidade em que a rede pública estadual teve melhor desempenho nas Olimpíadas Escolares Brasileiras, etapa para estudantes de 12 a 14 anos, realizadas em Poços de Caldas (MG). Três alunas de escolas estaduais conquistaram medalhas de ouro nas provas de salto em altura, arremesso de peso e mil metros rasos. Outros três alunos da rede estadual, em parceria com um da rede municipal, venceram o revezamento 4×75 metros.
Esther Mamedes, da EE Professor Euclides de Carvalho Campos, de Botucatu, alcançou 1,64 metro no salto em altura, igualando o recorde anterior da prova. Dara Silva, da EE Professor Vito Carmine Cerbasi, de Sumaré, atingiu 11,78 metros no arremesso de peso. E Graziele Zarri, da EE Dr. José Augusto de Carvalho, de Cândido Mota, foi vencedora da prova dos mil metros rasos.
No revezamento 4×75 metros, que também levou ouro, três componentes da equipe são de escolas da rede: Marcell Keichi Matsusue (EE João Adorno Vassão, de Ju quiá), Luís Fernando Silva Pires (EE Porto Primavera, de Rosana) e Patrick Andrews Sousa Batista (EE Professora Ernestina Loureiro Miranda, de Itapetininga). O quarto integrante da equipe, Luca da Silva dos Santos, pertence à Escola Municipal de Educação Infantil e Fundamental Duque de Caxias, de São Vicente.
Alunos da rede estadual ganharam ainda quatro medalhas de prata e três de bronze no atletismo (250 metros masculino, salto em distância masculino e feminino, mil metros masculino, hexatlo masculino e salto em distância masculino).
O atletismo é um ponto forte da área pública estadual, para esse tipo de competição, explica Sergio Coraucci Pranchevicius, gestor de arbitragem da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude (SELJ). Dos destaques nessa modalidade nas Olimpíadas Escolares, cerca de 80% estudam em escolas estaduais, segundo ele. E a maioria pertence a famílias de baixo poder aquisitivo.
Esse desempenho já não acontece em outras modalidades esportivas. É que os atletas de destaque de escolas públicas acabam convidados a se transferir para escolas particulares, competindo por essas instituições. Isso se dá, segundo Pranchevicius, em razão dos custos para participar de campeonatos e de manutenção do atleta. Nesses campeonatos, além das taxas federativas, há despesas de alimentação, transporte, arbitragem, etc.
De acordo com o gestor de arbitragem da SELJ, as escolas particulares não investem no atletismo, porque em geral não dispõem de pistas para treinamento, espaços mais facilmente encontrados nos equipamentos do Governo do Estado e prefeituras.
Muito ouro
O Estado de São Paulo foi, disparado, o recordista de medalhas em Poços de Caldas, com 38 de ouro, 22 de prata e 23 de bronze (total de 83 medalhas). Santa Catarina, segundo colocado, conseguiu dez ouros, nove pratas e nove bronzes (total de 28 medalhas). E Pernambuco, com nove ouros, duas pratas e oito bronzes (total de 19 medalhas), ficou em terceiro lugar.
A maior parte das medalhas paulistas veio de três modalidades: natação (com 27 medalhas), atletismo (com 19) e judô (com 13). Na natação, por exemplo, apenas dois estudantes de esco las particulares conquistaram nove medalhas de ouro. Felipe Ribeiro de Souza (Colégio Santa Cecília, de Santos) ganhou três no individual, além de três nas provas de revezamento. André Augusto dos Santos (que nada pelo Corinthians e defende o Colégio Dantas, de São Paulo) obteve dois ouros individuais e três em revezamento.
Outro destaque das escolas públicas foi o voleibol masculino. A equipe da EE Professora Elzira Garbino Pagani, de Pongaí, levou a medalha de prata nas Olimpíadas Escolares. Além disso, o estudante Gabriel Stefan Nunes foi o único paulista escolhido para integrar a primeira seleção brasileira escolar de vôlei. E a professora Célia Regina Batistela Vicente, que treinou a equipe, a única paulista na relação de técnicos medalhistas convocados. Os dois estarão, entre 7 e 10 de dezembro, no Centro de Treinamento da Confederação Brasileira de Vôlei, em Saquarema (RJ). O handebol masculino paulista, representado pela Escola Estadual Ana Mesquita Laurini, de Cabreúva, conseguiu a medalha de bronze.
Segundo Pranchevicius, o Estado de São Paulo aumentou em 20% o seu número de medalhas em relação ao ano passado, abarcando nessa matemática desde escolas públicas estaduais e municipais até particulares. “A nossa participação foi excelente”, avalia. Em relação aos alunos da rede estadual especificamente, ele considera que “fomos além do que imaginávamos”.
Da Agência Imprensa Oficial
