Férias no Butantan

Estimativa dos organizadores é receber 8 mil pessoas, de todas as idades; grade inclui contação de histórias, teatro e oi cina acessível

ter, 24/07/2012 - 10h34 | Do Portal do Governo

Todos os dias, até 29 de julho, o Instituto Butantan oferece programação de férias para crianças, jovens e seus familiares. “Por meio das oficinas lúdicas, desenvolvidas pelos próprios funcionários, pretendemos sensibilizar os visitantes sobre a importância dos animais e valorizar sua relevância para a saúde pública”, comenta a infectologista Fan Hui Wen, diretora da Divisão Cultural. A ideia é abordar temas científicos de forma lúdica para o público perceber que a ciência faz parte do cotidiano e é acessível.

A novidade para este ano são as oficinas de férias para pessoas com deficiência visual ou baixa visão. Como não têm percepção do que é micro-organismo nem da textura da cobra, por exemplo, os educadores dos museus do Butantan elaboraram atividades táteis com audiodescrição ou orientação. “Nossa preocupação era produzir algo para que elas tenham as mesmas percepções que temos ao observar um material no microscópio”, conta a diretora. O projeto é resultado de dois anos de pesquisa, com apoio de instituições como Fundação Dorina Nowil, especializada na inclusão da pessoa com deficiência visual.

Vital Brasil

Essas atividades serão realizadas nos dias 28 e 29, das 10 às 17 horas, no Centro de Difusão científica, sem inscrição prévia. O Museu de Microbiologia produziu réplicas de vírus, bactéria, fungo e protozoário, agrupadas no Carrinho Microtoque. O Museu Biológico dispõe de serpentes (conservadas mortas num recipiente) para ser tocadas pelo público especial, que perceberá formato, textura e tamanho do animal. Iniciativa do Museu Histórico é a apresentação de maquete tátil, que retrata o primeiro laboratório do médico Vital Brasil, que iniciou a produção do soro contra o veneno de cobra no Butantan.

“Se a ação for bem-sucedida, em breve a atividade será incorporada à nossa programação anual. Dependendo dos resultados, no futuro também pretendemos desenvolver programação específica para pessoas com deficiência auditiva”, adianta a diretora. Ela informa que os museus de Microbiologia e Biológico já são acessíveis. O Museu Histórico tem piso irregular, mas oferece cadeiras de rodas.

A estimativa dos organizadores é receber 8 mil visitantes até o dia 29, quando termina a programação. Cristina Cardoso, do Ipiranga, zona sul da cidade, compareceu com os filhos Thomas, dez anos, Bianca, cinco, e os sobrinhos Ana Clara, de sete e Arthur, 11, ambos de Florianópolis. “Aqui é diferente. Vi bactérias no microscópio”, conta Arthur. A tia diz que as crianças se encantaram com as peçonhentas de várias espécies, no Museu Biológico.

Fungos e bactérias

Emerson Ferreira e a família vieram de Santo André, Grande São Paulo, e foram ao Butantan pela primeira vez. “Gostei mais de ver as cobras. Tem uma com mais de 3 metros, maior que meu pai”, ressalta Gabriel, nove anos.

Até domingo passado (22), pessoas de todas as idades visitaram o Museu de Microbiologia, conheceram o funcionamento do laboratório e equipamentos próprios do setor. Observaram no microscópio placas com micro-organismos presentes na mão suja e na mão limpa, células de animais, vegetais, fungos, bactérias e protozoários. Entre as curiosidades, bactérias de iogurte e levedura (fungo para produzir fermento) e vermes em carne malcozida.

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