Quando Maurren Maggi entrar na pista de atletismo para a prova de salto em distância na Olimpíada de Londres muitos brasileiros estarão esperando que ela repita a façanha de 2008, quando saiu com a medalha de ouro na Olimpíada de Pequim. O que nem todos conhecem é o trabalho que é feito para levar os atletas ao pódio, ou pelo menos perto dele.
Essa é uma das missões do Centro de Excelência Esportiva do Estado de São Paulo, desenvolvido pela Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude (Selj), responsável pela projeção de nomes como o da própria Maurren Maggi, ou Tiago Camilo, bronze no judô também em Pequim.
O Centro de Excelência Esportiva foi criado com o objetivo de descobrir novos talentos, por meio dos campeonatos que a Secretaria de Esportes desenvolve. E lapidá-los para que se tornem futuros campeões, explica Carlos Marcelo Pistoresi, gestor do programa na capital (na modalidade atletismo) e coordenador dos núcleos do interior. Oriundo do Projeto Futuro, criado em 1984 também com a finalidade de preparar atletas, o programa saltou de oito núcleos esportivos, em 2010, para 16 no ano passado. Atualmente, atende 1.270 atletas em 12 cidades do Estado.
Na capital, o preparo e o aperfeiçoamento dos participantes se dão nas dependências do Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, no Ibirapuera. O local abriga os núcleos de atletismo e judô, além do Projeto Jovens Atletas, composto de modalidades coletivas como vôlei e basquetebol, que atende jovens não residentes (não utilizam o alojamento).
O interior dispõe de núcleos de atletismo, judô, voleibol feminino e ciclismo. Os de atletismo, por exemplo, com participantes em regime integral e parcial, distribuem-se por Presidente Prudente, Piracicaba, Sertãozinho, Campinas, São José do Rio Preto, Praia Grande e Cubatão.
Preparação total
Nesses locais, os atletas a partir dos 14 anos recebem as condições necessárias, incluindo atendimento psicológico, nutricional e fisioterápico, para o treinamento esportivo de alto rendimento, visando à participação em competições estaduais, nacionais e internacionais.
No Conjunto Constâncio Vaz, por exemplo, os participantes contam com pista de atletismo, piscinas, duas quadras cobertas (para futsal e outras modalidades) e Arena Olímpica de Judô. A pista de atletismo, reformada no ano passado, é de primeiro mundo, segundo Luiz Flaviano Furtado, diretor-geral do Constâncio Vaz. “Também deverá ser reinaugurado, nos próximos meses, o conjunto aquático”, destaca. Ele passou por reformas para se adequar às novas normas da Federação Internacional de Natação (Fina).
Para quem necessita, o Centro oferece alojamento. Na capital, ele fica próximo ao Ginásio do Ibirapuera, abrigando cerca de 100 jovens. No térreo estão o refeitório, sala de TV e consultórios (de nutricionista, psicólogo, entre outros), além de parte administrativa. Nos demais andares, distribuem-se os aposentos. O prédio, segundo Furtado, deve passar por reforma total, ganhando inclusive uma sala com computadores. “Mas não é só a parte de alojamento, gostaríamos de dar um upgrade em tudo”, observa.
Para participar do programa, é preciso ter entre 14 e 18 anos, estudar regularmente (quem repete o ano é desligado da iniciativa), fazer parte de federação esportiva e ter apresentado resultados expressivos em competições. O processo seletivo compreende avaliação médica, psicológica e de desempenho esportivo. Se o participante estiver entre os três primeiros do ranking brasileiro em sua categoria, pode permanecer no centro até os 21 anos.
A ação mantém parcerias com instituições, como as Federações Paulista de Atletismo e de Judô. Um dos desafios do centro, segundo Pistoresi, é expandir os núcleos, para abranger maior número de atletas e garimpar novos talentos. “Queremos que permaneça e se torne cada vez mais Centro de Excelência”, destaca o diretor-geral do Conjunto Constâncio Vaz. Ele informa que, durante as Olimpíadas do Rio, em 2016, as dependências do programa na capital servirão de local de aclimatação e treinamento para atletas nacionais e estrangeiros.
Da Agência Imprensa Oficial