Especial do D.O.: Rede pública do Estado de São Paulo terá telecursinho pré-vestibular

Outros projetos incluem bolsas e incentivo à pesquisa

qui, 01/02/2007 - 13h41 | Do Portal do Governo

O primeiro projeto da Secretaria de Ensino Superior, criada oficialmente no começo do mês por meio de decreto do governador José Serra (PSDB), prevê a formação de telecursinhos pré-vestibulares nas escolas de ensino médio da rede e o pagamento de bolsas de estudo para alunos carentes freqüentarem os cursinhos oferecidos nos campus das três universidades estaduais – Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Isso porque, segundo o secretário José Aristodemo Pinotti, uma das propostas da pasta é atuar como ponte entre o ensino básico e o superior  –  até então, as universidades estaduais eram subordinadas à Secretaria de Ciência e Tecnologia.  “Vestibular muitas vezes mede a capacidade econômica do aluno; aquele que estuda numa boa escola e paga um bom cursinho tem mais chances. Vamos tentar diminuir essa distorção”,  afirma.

O secretário informou também que serão dadas aulas a distância, utilizando a estrutura de televisão, antenas e vídeos existentes nas escolas de ensino médio. “Vamos fazer parceria com a Secretaria da Educação, aproveitando o que já existe, com custo baixo. O aluno do terceiro ano do ensino médio já estará na escola, vai apenas continuar mais algumas horas ou voltar em outro período, se quiser”, explicou.

Bolsas de estudo

O método de ensino e o formato das aulas serão escolhidos por meio de licitação, para a qual as instituições que trabalham com esse tipo de ensino devem enviar as propostas. O secretário cita o Estado de Pernambuco como modelo para a iniciativa. Outra medida que pode começar no segundo semestre é o pagamento de bolsas de estudo, para alunos carentes freqüentar os cursinhos oferecidos pelas três universidades estaduais. Seriam mil bolsas para estudantes de cada uma.

Pinotti ressalta que a idéia não é criar cursinhos, mas firmar parcerias com os que já existem e são, na maioria, administrados pelos próprios estudantes. Na USP, por exemplo, há cerca de dez do tipo, além do Cursinho da Poli, o maior e mais conhecido deles, cuja mensalidade gira em torno de R$ 270 e não está mais nas mãos de estudantes.

Estágios

Além disso, a secretaria pretende investir na criação de escolas de aplicação, instituições modelo ligadas à universidade, que servem como local de pesquisa, experimentação e estágio de alunos. Em São Paulo, a Escola de Aplicação da Faculdade de Educação da USP funciona como referência para pesquisa pedagógica.

“Além de melhorar o ensino e aperfeiçoar a rede, essas escolas fazem a aproximação entre o conhecimento acadêmico e a sociedade, a vida real da escola. É um modelo que foi muito usado no passado, mas foi deixado de lado e o governador disse que vai retomá-lo”, avisa o secretário. Pinotti diz que algumas escolas da capital estão sendo estudadas para receberem os primeiros projetos.

Autonomia

Com as propostas, o secretário pretende também combater a desconfiança que surgiu em parte do meio acadêmico com a criação da pasta: o da perda da autonomia, prevista no estatuto das universidades. “A autonomia é essencial e é uma grande conquista, inclusive a garantia do repasse de 9,6% do ICMS. Isso não vai mudar. Sei que falaram sobre o assunto, que existe esse medo, mas não podemos mexer nessas questões. Isso não está cogitado”, afirma. Ele cita, como exemplo, os encontros que tem mantido com os reitores.

Da Agência Imprensa Oficial

 

(AM)