Especial do D.O.: Hospital Estadual Bauru aprimora serviços prestados à população

Instituição referência no tratamento de queimados recebeu acreditação plena da Organização Nacional de Acreditação

seg, 11/09/2006 - 13h37 | Do Portal do Governo

O Hospital Estadual Bauru (HEB) conquista mais um degrau rumo à excelência dos serviços prestados à população. A instituição recebeu a acreditação plena ou de nível 2 concedida pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), entidade ligada ao Ministério da Saúde.

Esse padrão – existem ainda a acreditação (nível 1) e a acreditação com excelência (nível 3) – significa que o HEB alcançou grau de organização que permite o cumprimento de normas e rotinas de forma padronizada e segura. Garante também, entre outras coisas, que existe um programa de capacitação e educação continuada com melhorias evidenciadas, e que grupos de trabalho atuam para a melhoria dos processos e integração institucional.

Inaugurado em 2002, o HEB atende 38 municípios da Direção Regional de Saúde (DIR) 10. Administrado pela Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu e Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar (Famesp), presta assistência secundária e terciária para 1,1 milhão de habitantes.

A unidade é referência no tratamento de queimados, contando com Unidade de Tratamento de Queimaduras, composta por enfermaria, centro cirúrgico e Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Outra característica do HEB são as atividades de qualificação que promove, dirigidas a profissionais da própria unidade e da região. Só no último ano foram 350, abrangendo, por exemplo, cursos de aperfeiçoamento de técnicas cirúrgicas, novas condutas e tratamentos.

O hospital serve também de campo de aprimoramento para os estudantes da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu, possibilidade que, futuramente, será estendida a outras instituições de ensino superior. Além de alunos de Medicina, fornece qualificação a graduandos de enfermagem, psicologia e outras áreas da Saúde.

Trabalho ininterrupto

A unidade oferece atendimento em 38 especialidades. Dispõe de 318 leitos e realiza, mensalmente, 11,7 mil consultas, mais de mil internações e 40,3 mil exames. A conquista da certificação nível 1 ocorreu em dezembro de 2004. Na época, a instituição tinha 60% de suas unidades em nível 2, o que motivou ainda mais os profissionais a prosseguirem desenvolvendo atividades numa filosofia de melhoria contínua. A acreditação plena foi obtida em 17 de agosto. Como a busca pela qualidade máxima é um trabalho ininterrupto, o hospital se prepara agora para alcançar o nível 3.

Dos 6.170 estabelecimentos hospitalares existentes no País (45% dos quais compõem a rede pública), apenas 66 eram acreditados pela ONA até agosto. Dentre esses, nove alcançaram a certificação máxima, 32 a acreditação plena e 25, a de nível 1. Dos hospitais que receberam a certificação máxima, os primeiros da rede pública brasileira foram o Hospital Geral de Pirajussara e o Hospital Estadual de Diadema, na Grande São Paulo, e o Hospital Estadual Sumaré, no interior do Estado. Dentre os que receberam a acreditação plena, 23 estão no Estado de São Paulo, pertencendo ao serviço público e gratuito apenas dois: Um é o HEB, e o outro é o Hospital Geral de Pedreira, na capital.

Agilidade administrativa

Todos esses hospitais públicos paulistas avaliados são administrados pelo sistema de Organizações Sociais de Saúde (OSS). Desenvolvido desde 1998, esse mecanismo de gestão – inspirado em modelo europeu – é pioneiro no País. As unidades, construídas pelo governo paulista, mantêm vínculo com o Estado por meio de contrato de gestão, de cinco anos com possibilidade de prorrogação, que estabelece direitos e deveres a ambas as partes.

O Estado tem a responsabilidade da manutenção financeira desses hospitais e controla onde e como é investido o dinheiro público. As OSSs, por outro lado, devem cumprir as metas exigidas em contrato, como as relativas à qualidade dos serviços e à satisfação da população atendida. “A maior vantagem desse modelo é a agilidade da administração”, explica Ricardo Tardelli, assistente-técnico da Coordenadoria de Serviços de Saúde, da Secretaria da Saúde. Ao se abrir nova unidade hospitalar, por exemplo, é necessário depender de decreto (que cria a estrutura da instituição) e da aprovação de cargos. “Como o hospital é gerido com a lógica de uma instituição privada, pode contratar, compor seu quadro mais rapidamente”, ressalta. Nessas organizações é possível também administrar o dinheiro conforme a necessidade de cada setor, negociando o melhor preço que o mercado pode oferecer, sem depender de licitações.

Paulo Henrique Andrade – Da Agência Imprensa Oficial

 

(AM)