Especial D.O.: Rede Social do Estado amplia defesa dos direitos de crianças e adolescentes

Na Sala São Paulo, evento reuniu lideranças de várias áreas para discutir políticas em favor dos menores

sex, 09/06/2006 - 15h09 | Do Portal do Governo

“Compromisso pessoal e intransferível de fazermos juntos”. O slogan marcou a noite de quarta-feira, na Sala São Paulo, no evento de lançamento da expansão da Rede Social São Paulo. A Rede foi criada com o objetivo de articular as iniciativas já existentes para que os recursos disponíveis possam ser melhor utilizados e distribuídos. Tem como prioridade a implementação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Os três setores se comprometeram a atuar em ações concretas, evitando superposição de tarefas e desperdício de recursos. Hoje, participam do projeto cerca de 100 integrantes entre empresas, fundações, institutos, associações de classe e o governo estadual e municipal.

Os protagonistas da noite foram os adolescentes, representados pela Orquestra Jovem Tom Jobim que, sob regência do Maestro Roberto Sion, fizeram aplaudida apresentação. Os atores Paulo Goulart e Nicete Bruno, engajados voluntariamente no programa, foram os mestres de cerimônia. O casal de atores explicou os próximos passos da ampliação da Rede Social no Estado.

Parceiros por um ideal 

Cerca de mil pessoas participaram do encontro. Entre os convidados o governador do Estado e o prefeito da cidade que defenderam a importância da Rede e da integração de esforços de todos os segmentos da sociedade. Líderes políticos, sociais, econômicos e religiosos do Estado também participaram do evento. Para o procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Rodrigo César Rebello Pinho, a Rede Social é fundamental para resolver questões que afetam a sociedade. “Somos todos parceiros”, disse.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo, Luiz Flávio Borges D’Urso, ressaltou a atuação da OAB em todo o País e que com a Rede Social esse trabalho poderá ser potencializado. “Acredito no projeto e reitero que a OAB está integrada nessa parceria”.  

Enfático, o major PM Carlos Antônio Alves da Silva, comandante do policiamento da região central e fundador e presidente da Fundação Lugar de Viver Feliz de Barretos, declarou: “A iniciativa é maravilhosa, existem muitas entidades que fazem um trabalho isolado, mas a Rede orienta e integra. E isso faz com que as entidades se fortaleçam”.

Antônio Luiz Marchione, o padre Ticão, conhecido pelo trabalho social que desenvolve em Ermelino Matarazzo, na zona leste da capital, concorda. Ele lembrou ainda que vivemos em uma sociedade individualista e que ações como essa representam o caminho para as questões sociais críticas. “A Rede Social é um importante caminho na soma de esforços para a conquista da cidadania. A Rede nos fortalece”, disse.

Terceiro setor integrado 

O diretor-presidente da Fundação Telefônica, Sérgio Mindlin, ressaltou que esse é um dos projetos mais importantes em termos de organização da sociedade civil no trabalho em prol da criança e do adolescente. “A Rede pertence à sociedade o que certamente garantirá a sua permanência”.

Para a coordenadora-geral do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), Maria do Carmo Brant de Carvalho, a Rede Social é um projeto importante com perspectivas multissetoriais. “A quantidade de pessoas que vemos reunidas aqui dá a dimensão da alta mobilização da sociedade”.

O diretor-executivo do Instituto Camargo Corrêa, José Augusto Muller de Oliveira Gomes, lembrou que o evento marcava o momento de lançamento da segunda etapa do projeto. “Aqui temos toda a sociedade. Um processo paulatino e continuado está sendo construído”.

Segundo o presidente da Fundação de Rotarianos de São Paulo, Eduardo de Barros Pimentel, “o trabalho em grupo é sempre mais importante que qualquer trabalho isolado”. Destacou ainda que por maior e mais organizado que seja o trabalho de uma entidade nunca terá a mesma capacidade de atendimento de um grupo reunido por um mesmo objetivo.

A superintendente da Fundação Itaú Social, Ana Beatriz Patrício, mencionou que o sucesso do evento concretizava o potencial da Rede Social em São Paulo. “Estamos vendo que a mobilização é possível e que as pessoas estão dando a sua contribuição para essa causa”. 

O que é e como funciona

Em 2003, dirigentes de fundações, institutos, associações empresariais e governo estadual constituíram a Rede Social São Paulo. A Rede Social e o Conselho Estadual de Direitos da Criança e do Adolescente decidiram, em 2004, focar a capacitação para o trabalho em rede dos agentes que compõem o Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente nos municípios do Estado e bairros da capital. Esses agentes são juízes da infância, promotores de Justiça, defensores públicos, advogados, policiais, conselheiros de direitos e tutelares, educadores, profissionais de saúde, assistentes sociais, dirigentes de órgãos públicos, de organizações não-governamentais e demais interessados.

O método escolhido por unanimidade foi o do Unicef que favorece o encontro, o conhecimento, o reconhecimento de todos os agentes como parte de um mesmo sistema e, ao final de dois dias de trabalho conjunto, propõe que esses agentes integrem suas ações para o melhor interesse da criança e do adolescente.

Em 2005, a Rede realizou um pré-teste em 48 municípios nas regiões de Mogi das Cruzes, Santos e Sorocaba. A partir de agora, com a proposta de expansão das atividades da Rede Social São Paulo serão realizados trinta eventos de diagnóstico, acompanhados de 120 jornadas de formação oferecidas a milhares de profissionais da área da infância e adolescência de 231cidades, incluindo-se a capital, São Paulo.

Na prática, a Rede Social vai mobilizar as 200 pessoas mais influentes de cada cidade para participarem de encontros onde poderão se identificar como parte de um sistema responsável por garantir os direitos de todas as crianças e adolescentes. O método do Unicef permite que ao final de dois dias eles levantem os problemas e apontem soluções. A partir daí são traçados os planos locais e programadas capacitações necessárias para executar essas ações.

Joice Henrique

Agência Imprensa Oficial