Como é o processo de criação de uma canção? Quais os fatores pessoais, afetivos, amorosos e quais as motivações sociais, políticas, comportamentais que influenciam uma composição? E as questões de ordem técnica? Por que escolher um verso e não outro?Por que uma melodia ascendente, ou descendente? Cantores de peso no cenário nacional responderão a essas e outras perguntas em Uma Vez, Uma Canção, novo programa da TV Cultura.
Dia 1º de julho, sábado, às 21 horas, o convidado para a sabatina será o cantor e compositor da Bossa-Nova, Carlos Lyra.
Uma Vez, Uma Canção estreou no dia 17 deste mês com a apresentação do jornalista e músico Carlos Rennó. A atração daquela noite foi Arnaldo Antunes, ex-Titãs, que abordou três de suas principais músicas: O que, um de seus sucessos com a banda Titãs; Inclassificáveis, destaque de sua carreira solo; e Volte para o seu lar, lançada por Marisa Monte.
Na conversa, Arnaldo explicou, mostrando ao violão, o processo experimental que o levou ao construtivismo pop de O Que. Comentou a ambigüidade de palavras-chave usadas conscientemente em Volte para o Seu Lar, apontando o destinatário dos seus versos. E revelou a influência de Chico Science e dos poetas concretos na gênese de Inclassificáveis, ao explicar por que inventou palavras compostas para expressar a miscigenação de povos e raças no Brasil.
Inspirar e transpirar – Quinzenalmente, Rennó receberá um compositor ou uma dupla de compositores parceiros, que contarão o processo e as histórias relacionadas a algumas de suas obras. O projetoUma Vez, Uma Canção é desenvolvido desde o final do ano passado. Inicialmente, foi lançado no formato de programa especial da TV Cultura, em janeiro de 2006, numa edição com Gilberto Gil.
A emissora mostrará, até dezembro, 15 programas. Depois de Carlos Lyra, os convidados serão a dupla Moraes Moreira e Galvão (15 de julho), Elton Medeiros (29 de julho), Marcelo Camelo (7 de agosto), Hermínio Bello de Carvalho (26 de agosto), Chico César (9 de setembro) e Johnny Alf (23 de setembro).
O objetivo não é tratar das carreiras dos participantes, mas de seus processos de composição. “Assim saberemos como criaram e criam suas canções. Em que circunstâncias são levados a isso. Que métodos cada um usa. Até onde vai a inspiração e onde começa a transpiração. O assunto é amplo, interessante, atraente”, comenta Carlos Rennó, que atua na música brasileira desde o início dos anos 80. Também é jornalista, escritor e compositor. Entre seus parceiros estão Arrigo Barnabé, Chico César, Gilberto Gil, João Bosco, Lenine, Rita Lee e Tom Zé. Da relação dos intérpretes de suas canções constam Gal Costa, Maria Bethânia, Chico Buarque e Elza Soares, Sandra de Sá, Tetê Espindolla e Vânia Bastos. É autor do livro Gilberto Gil: todas as letras (Companhia das Letras) e produtor do CD Cole Porter e George Gershwin – canções, versões.
Da Assessoria de Imprensa da TV Cultura