Esalq forma engenheiro agrônomo de número 10 mil

Susana Lin foi homenageada por ter obtido melhor desempenho na turma de 2008

ter, 27/01/2009 - 10h31 | Do Portal do Governo

No ano em que a Universidade de São Paulo (USP) completa 75 anos, uma de suas unidades, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), de Piracicaba, consegue feito histórico: forma seu engenheiro agrônomo de número 10.000. A escolhida para receber a distinção é Susana Lin, de 24 anos. O título foi conferido durante sessão solene de colação de grau das turmas graduadas em 2008, que ocorreu no dia 23, no gramado central da escola.

Além da 105ª turma de engenheiros agrônomos, a colação de grau, que neste ano integra a programação pelos 75 anos da universidade, compreenderá a 34ª turma de engenheiros florestais, a 8ª de bacharéis em Ciências Econômicas, a 5ª de bacharéis em Ciências dos Alimentos, a 4ª de bacharéis em Gestão Ambiental e a 3ª de bacharéis em Ciências Biológicas.

A estudante foi selecionada por ter obtido o melhor desempenho na turma de Engenharia Agronômica de 2008. Para Susana, a homenagem é muito representativa. “Significa que existem 10 mil profissionais qualificados formados pela Esalq, e que estou representando todos esses colegas”. Na ocasião, também serão premiados os melhores alunos formados em 2008 dos cursos de Engenharia Florestal, Ciências Econômicas, Gestão Ambiental e Ciências Biológicas. Professores e funcionários também receberão homenagens.

Oportunidades – Natural de Laranjal Paulista, região de Tatuí, Susana reside em Campinas e trabalha em São Paulo, numa empresa de agroquímicos. Sua intenção é, no futuro, seguir carreira acadêmica. Sobre a graduação na Esalq, a jovem disse que nela conheceu seus amigos e encontrou a base e os fundamentos para seu crescimento e desenvolvimento profissional, “o que possibilitará a abertura de muitas portas e oportunidades”.

Filha de engenheiro mecânico, a garota tem um irmão mais novo que estuda engenharia de telecomunicações. A mãe, formada em contabilidade, faz parte de uma organização que combate o aquecimento global.

Para o diretor da Esalq, Antonio Roque Dechen, graduar 10 mil engenheiros agrônomos é marcante, “pois cumpre o papel central da universidade, que é a formação de profissionais que, com seriedade e competência, atuam no desenvolvimento da agricultura brasileira”.

A cerimônia deste ano marca também a consolidação do programa de dupla diplomação em engenharia agronômica, resultado de parceria acadêmica entre Brasil e França. Pelo convênio, sete alunos brasileiros, após terem concluído parte dos estudos na Esalq, permaneceram dois anos na França, onde cursaram outras disciplinas, realizaram estágios e defenderam trabalho de conclusão de curso.

Do lado francês, uma aluna do Institut Supérieur d’Agriculture Rhone-Alpes (em Lyon), outra da École d’Ingénieurs de Purpan (em Toulouse) e um rapaz da École Supérieure d’Agriculture (Angers) são os primeiros a obter o diploma de engenheiro agrônomo pela Esalq.

Mais de um século a serviço da agricultura

A Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP, é uma das mais importantes instituições brasileiras em termos de ciência, tecnologia, ensino e extensão voltados para a agricultura. Desde a sua criação, em 1901 (então Escola Agrícola Prática São João da Montanha), formou mais de 11,5 mil alunos na graduação, 10 mil dos quais engenheiros agrônomos. A escola ganhou o nome atual em 1931, três anos depois passou a integrar a USP.

Considerada centro de excelência, a Esalq oferece seis cursos de graduação e 17 programas de pós-graduação, que se utilizam de seus 11 departamentos e 148 laboratórios. A instituição situa-se no câmpus da USP Piracicaba, criado em 1985, no qual se encontram ainda o Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) e outras unidades. Fora desse câmpus, mas também integrantes da Esalq, ficam as estações experimentais de Anhembi, Anhumas e Itatinga.

A Esalq oferece anualmente 390 vagas na graduação, a maior parte para o curso de Engenharia Agronômica. No total, a instituição tem 1.905 alunos matriculados na graduação e 1.011 na pós-graduação. Além disso, são quase 750 servidores, dos quais 229 são docentes.

Estudos e pesquisas realizados pela instituição trouxeram grandes contribuições (em alguns casos, até mesmo a sobrevivência) para os setores citrícola, açucareiro e cafeeiro ao longo de seus 108 anos. Permitiram, também, o desenvolvimento do milho híbrido e o melhoramento do algodão e da soja. De seus modernos laboratórios, saíram novas variedades de plantas e soluções para o controle de muitas pragas e doenças de diversas culturas.

Bem antes de ser prática comum, a Esalq estudava a possibilidade do aproveitamento agrícola dos cerrados, a difusão do uso de fertilizantes minerais e a melhor utilização de ervas medicinais. Em suas dependências, surgiram importantes trabalhos sobre o desenvolvimento de máquinas agrícolas e o uso de fertilizantes. A instituição expandiu sua atuação nas áreas de controle biológico, manejo de animais silvestres e agronegócio. Também se dedica a pesquisas sobre os biocombustíveis.

Paulo Henrique Andrade – Da Agência Imprensa Oficial