Equipe de Ourinhos vence o Grande Desafio e dá nome a novo asteróide

Além de nomear o asteróide 12367, descoberto por um astrofísico venezuelano, o grupo ganhou outros prêmios

ter, 19/06/2007 - 10h58 | Do Portal do Governo

Frederico Macedo, de 13 anos, morador de Atibaia, costuma ir à Rua Santa Ifigênia, reduto do comércio de eletrônicos em São Paulo, e já chegou, inclusive, a bolar algumas engenhocas. Danklas Juan dos Santos, por outro lado, e seus colegas de Campinas nunca fizeram experimentos antes. A tarefa desses e de outros jovens era projetar, construir e operar o protótipo de um equipamento capaz de apagar um incêndio florestal, provocado pela queda de um balão. A proposta foi lançada pela Oficina Desafio, projeto do Museu Exploratório de Ciência (MECi) da Unicamp, no que foi denominado 1º Grande Desafio. A apresentação dos trabalhos, em clima de festa, com shows e outras atrações, ocorreu no último domingo, 17, no Ginásio Multidisciplinar da Unicamp.

O Grande Desafio, lançado em março deste ano, foi aberto aos interessados em geral, sem restrição de idade, de todas as partes do Brasil. Inscreveram-se 102 equipes. Dessas, 61 confirmaram participação e 48 de fato compareceram, todas do Estado de São Paulo, especialmente da região de Campinas, num total aproximado de 300 estudantes. Os grupos concorreram em quatro categorias: fundamental 1 (até o 7º ano), fundamental 2 (8º e 9º anos), médio e livre (sem inscritos).

O grande prêmio ficou com a equipe SyBots, do Colégio Oswaldo Cruz de Ourinhos. Formada por dois jovens de 18 anos e dois de 14, o grupo obteve como prêmio principal a oportunidade de nomear asteróide 12367 descoberto pelo astrofísico venezuelano Orlando Naranjo. A identificação do asteróide ocorreu em 1994, na órbita entre Júpiter e Marte, a 446 milhões de quilômetros da Terra. Em homenagem à cidade onde vivem, os jovens escolheram o nome Ourinhos para o asteróide.

A principal motivação do astrofísico, ao conceder aos estudantes brasileiros o direito de escolher o nome do asteróide, é contribuir para a popularização e divulgação da ciência entre estudantes e público em geral. “É necessário que os jovens não tenham medo, nem aversão à ciência. Também é importante ajudar a captar potenciais pesquisadores do futuro. O progresso de um país depende do progresso da ciência e tecnologia”, afirma.

“É exatamente o tipo de prêmio que queríamos: sem valor material, mas de alto valor simbólico, que vai deixar marcas indeléveis na memória dos participantes e servir como estímulo e reconhecimento ao esforço de todos eles”, observa o professor Marcelo Firer, diretor associado do MECi e coordenador do evento.

No fundamental 1, o grande prêmio ficou com a equipe Bombeiros do Futuro, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria Pavanatti Fávaro, de Campinas. No fundamental 2, o prêmio coube ao grupo Dinamite, do Colégio Atibaia. As premiações englobaram também, em cada categoria, o melhor trabalho em equipe, a solução mais criativa e o melhor desempenho. Houve ainda alguns prêmios especiais, como o “Queimou o Fusível”, para o grupo que investiu bastante no equipamento, mas que, na hora H, não funcionou. Todos os contemplados, inclusive os da Sybots, ganharam uma viagem a São Paulo, que inclui visitas à exposição Charles Darwin, no Masp, e Planetário Municipal. Também receberam os kits Descobrindo a Ciência (para experimentos em pequena escala) e livros.

Cada equipe teve seis minutos para demonstrar a performance de seu artefato. Os trabalhos foram apresentados numa arena (espécie de maquete), de 1 por 3 metros, que simulava as condições reais do local de incêndio, com relevos e rios. A avaliação dos dispositivos apresentados seguiu quatro critérios: criatividade, como o uso de materiais recicláveis e de baixo custo; apresentação, onde contou a explicação do projeto, o visual e o acabamento; o desempenho do dispositivo; e o desenvolvimento, que considerou o processo de criação e a organização da equipe.Das 61 equipes inscritas, 63% eram de escolas da rede particular, 30% pertenciam a escolas públicas e 7% não informaram. A maior parte dos grupos (56%) veio do ensino médio, 34% pertenciam ao fundamental 2 e 10%, ao fundamental

1. A faixa etária predominante: de 12 a 18 anos.

Paulo Henrique Andrade

Da Agência Imprensa Oficial