Equipe da USP identifica estrela chave para entender o início da Via Láctea

Procura de estrelas pobres em metais é uma das áreas mais ativas da astronomia;

qua, 20/01/2016 - 20h02 | Do Portal do Governo

Uma equipe brasileira-americana liderada pela USP (Universidade de São Paulo) usou telescópios do Observatório Europeu do Sul (ESO) para identificar a estrela ultra pobre em metais mais brilhante conhecida até agora. Ela pode ser a peça chave para estudar em detalhes o início da nossa Via Láctea. A estrela é chamada de 2MASS J18082002-5104378 e tem menos de 1/10000 vezes a quantidade de ferro do Sol, sendo, assim, muito primitiva.

A procura de estrelas pobres em metais é uma das áreas mais ativas da astronomia, que procura estudar as primeiras fases da nossa galáxia. A maioria dos esforços atuais está concentrada em estrelas fracas, mas seu baixo brilho dificulta a sua observação em detalhe.

Durante os primeiros minutos após o Big Bang, apenas os elementos químicos hidrogênio e hélio foram produzidos e uma quantidade muito pequena de lítio. Elementos mais pesados, os chamados de “metais”, foram produzidos posteriormente no interior das estrelas. As mais massivas explodem rapidamente, ejetando material rico em metais ao meio interestelar, de tal maneira que subsequentes gerações de estrelas têm um conteúdo cada vez maior de metais. Portanto, as estrelas com a menor quantidade de metais são as mais primitivas, formadas quando o universo era muito jovem.

Os astrônomos confirmaram que a estrela é tão pobre em metais que foi classificada como ultra pobre em metais (ultra metal-poor, UMP na sigla em inglês). A estrela 2MASS J18082002-5104378 é a mais brilhante UMP conhecida até agora (tem um brilho de 11.9 magnitudes, sendo suficientemente brilhante para ser observada com telescópios pequenos, a partir de 10 cm). Apenas a estrela CD-38 245, descoberta há mais de 30 anos, tem um brilho similar. Todas as outras estrelas UMP são pelo menos seis vezes mais fracas.

A equipe pretende obter observações detalhadas no ultravioleta para estudar um grande número de elementos químicos. Um artigo foi publicado na revista internacional Astronomy & Astrophysics. Mais informações sobre a descoberta pode ser encontrada aqui

Do Portal do Governo do Estado