Entrevista do governador Mário Covas após inauguração do Hospital Geral de Guarulhos

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sex, 14/04/2000 - 17h54 | Do Portal do Governo

Pergunta: Sobre a eleição municipal, governador, saíram notas em todos os jornais, na maioria deles, falando do encontro que teria ocorrido entre o presidente Fernando Henrique e o ex-governador Orestes Quércia. Esse encontro teria sido arranjado pelo presidente da Câmara, deputado Michel Temer. Nesse encontro teria sido discutido o apoio do PMDB, em 2002, em troca o PSDB apoiaria o Michel Temer na prefeitura em 2000. O senhor chegou a ter conhecimento disso?

Covas: Não. Eu não sou aquilo que vocês chamam de fonte, geralmente, bem informada.

Pergunta: Ninguém comentou nada com o senhor?

Covas: Não. Ninguém comentou nada comigo. Aliás, nem vocês. Porque eu li isso no jornal do ABC. Vocês engoliram uma bola danada. Quem deu isso foi o jornal do ABC, na coluna da Teresa Cruvinel. Vocês estão atrasadíssimos nisso. Só tem uma pessoa que está mais atrasada do que vocês, eu.

Pergunta: Então agora vamos nos encontrar. O que o senhor acha?

Covas: Eu não acho nada. Eu não tenho por que achar, e nem tenho nenhum interesse em tratar desse assunto.

Pergunta: Em relação ao salário mínimo, São Paulo está aguardando a decisão de outros Estados?

Covas: Não, não, não. A definição do salário mínimo na área privada depende ainda de lei. A lei que foi feita é medida provisória só para a área pública, agora é que eles iam mandar um projeto para o Congresso para fazer a mesma coisa na área privada.

Pergunta: Governador, em relação à saúde, o que representa este hospital na política de saúde do Governo do Estado hoje?

Covas: É uma tentativa, que a gente tem feito, de pelo menos tornar mais próximo dos índices internacionais o número de leitos disponíveis na cidade de São Paulo. A gente vive numa concentração de 16 milhões de pessoas na qual você tem o paradoxo de que certas regiões da cidade, como a região central, têm índices acima do que manda a Organização Mundial de Saúde. Na periferia você não tem nada, ou tem muito pouco, muito aquém da necessidade. Quem originariamente pensou na distribuição destes hospitais pensou corretamente, só não fez corretamente. Mas, pensou corretamente. A gente está dando validade a isto, porque hospital só é uma coisa visível para quem mora perto do hospital, quem mora na área de influência deste hospital. Para quem não mora, ou você bota uma foto bem grande no jornal, ou o cara nem sabe que você fez.
Não é uma obra de visibilidade máxima, mas é uma obra de extrema necessidade. Por isso, a gente está pegando todos os hospitais que estão no meiodo caminho e estamos tentando terminar todos eles. Daqui da região metropolitana só falta um para a gente recomeçar, é o de Sapopemba. Até meados do ano terminamos mais três, aí ficam faltando só dois em curso. O de Santo André, que é um hospital maior do que este, de 350 a 400 leitos, é um hospital enorme, maior do que este. E o de Vila Alpina, que nós recomeçamos também. Falta recomeçar o de Sapopemba, que a gente espera, até o fim do ano, no máximo até o começo do ano que vem, recomeçar e entregar até o final do ano que vem, isso dependendo do estado em que ele esteja. O hospital de Sapopemba está muito atrasado, tem 5% de obra feita. Talvez tenha sido por isso que nós não retomamos, optamos pelos que estavam mais adiantados, para que pudessem ser usados o mais rapidamente pelo povo.