Segue a entrevista do governador Mário Covas após audiência concedida aos integrantes da CPI do Narcotráfico, no Palácio dos Bandeirantes, na manhã desta quarta-feira, dia 12:
Parte I
Corregedoria
Pergunta: …… Em relação à corregedoria e em relação aos policiais de Campinas?
Covas: São as sugestões que nós recebemos. Uma sugestão é de participar de uma comissão, uma força-tarefa nacional. O Estado não terá nenhuma dúvida em participar disto. Acho isto uma boa sugestão, aliás acho a melhor das sugestões possíveis para que você tenha resultado nacional. É você colocar o governo federal, colocar os governos estaduais, numa tarefa comum. O crime organizado hoje está muito organizado. E tem armas muito fortes. Tanto que você precisa de todo mundo. A segunda coisa é a questão da corregedoria. É uma faca de dois gumes, mas eu acho razoável que a gente tente resolver.
Pergunta: Centralizar, né?
Covas: É. Primeiro fazer aqui em São Paulo para não criar vínculo local, vínculo pessoal e não funcionar o chamado “esprit de corps”. É melhor que seja tudo por aqui por São Paulo, centraliza tudo aqui.
Pergunta: O senhor deu um prazo de 60 dias governador?
Covas: É. Ele vai fazer antes que isto. Mas para não chegar no dia que a gente marca e não está pronto ficou com 60 dias, já está em curso isto. Mas a segunda coisa é pensar eventualmente de você fazer com que o corregedor seja um funcionário permanente na corregedoria. Porque, naturalmente, quem é corregedor, um dia deixa de ser corregedor, e, muito provavelmente, muita gente fala para ele: escuta daqui a pouco você não é. Então você pode aproveitar o profissional até uma determinada fase da carreira. Ele tem um conhecimento bastante razoável do funcionamento da máquina e a partir daí, ele fica corregedor. E fica corregedor até aposentar. Tem o reverso da medalha que é a concentração do poder.
Pergunta: É um risco?
Covas: É um risco. Mas eu acho que esta é uma tentativa que a gente pode fazer.
Pergunta: Depende da Assembléia, governador?
Covas: Não. Eu acho que não depende da Assembléia.
Pergunta: É um ato seu?
Covas: É. Eu acho que é. Acho que é até do próprio secretário.