Entrevista coletiva do governador Mário Covas após reunião com o prefeito Celso Pitta

Parte I

qua, 09/02/2000 - 13h07 | Do Portal do Governo

Entrevista coletiva do governador Mário Covas, concedida após reunião com o prefeito Celso Pitta, no Palácio dos Bandeirantes.

Trecho I

REPÓRTER – O que será feito, governador?

COVAS – Bom, a prefeitura acha que, primeiro, a instalação de um sistema de hotline, de linha direta entre os secretários comuns e até com os
centros operacionais da polícia de maneira que ela possa agir imediatamente por convocação, assim que houver qualquer ação criminosa, é um passo favorável. A segunda coisa é que nós estamos liberando para a prefeitura, para ficar sob comando direto do secretário de Transportes da prefeitura, 50 homens do CPTran, que foi a quantidade de homens que eles pediram e que acharam que era razoável para efeito de poder enfrentar o problema. É lógico que estudamos uma operação de controle estimativo, mas foi aquilo que a prefeitura, pela sua avaliação, entendeu que poderia contribuir para resolver o problema.

REPÓRTER – Depois de um mês de brigas, governador….

COVAS – Não, a senhora está enganada. A pergunta foi errada. Não houve um mês de briga.

REPÓRTER – Um mês de discussão.

COVAS – Nem de discussão. De pontos de vista diversos, mas ninguém brigou com ninguém, não. Até porque, se eu for brigar com o Pitta, ele é muito mais moço e muito maior que eu. Não levaria vantagem.

REPÓRTER – Por que demorou tanto para vocês sentarem juntos?

COVAS – Não é ‘por que se demorou tanto para sentarem juntos’, não. Sentou o secretário de Justiça e o secretário de Segurança com o secretário de Transportes. Havia um ponto que ainda é controvertido, que é o de até onde a ação da polícia pode se fazer, no sentido de dar cobertura à fiscalização. Esse ponto ainda é controvertido, no entanto nós estamos tentando superá-lo, tendo em vista os problemas que a prefeitura e a cidade vêm enfrentando nessa área, dando 50 homens do CPTran para, sob o próprio comando da prefeitura, exercitarem esse papel.

REPÓRTER – Esses homens vão acompanhar as operações?

COVAS – A polícia acompanha da maneira que eu lhe disse: serão estabelecidas ligações telefônicas diretas. Seja com os secretários, seja entre os comandos policiais. De forma que, em qualquer instante que haja necessidade de uma ação imediata da polícia porque algum tipo de crime esteja acontecendo, imediatamente a polícia será acionada. Fora isso ela faz, você pode procurar aí o secretário (Marco Vinicio Petrelluzzi) e vai ver uma série de ações já feita pela polícia há muito tempo. A primeira delas quando houve a votação da Câmara. Mas não estamos aqui para discutir o que aconteceu. Vocês estão mais interessados em saber porquê não se sentou e conversou antes. Na realidade isso não interessa muito. Interessa saber o que se tentou construir para enfrentar daqui para frente. Não sentamos antes provavelmente porque o prefeito está envolvido em suas atividades, entre as quais essa se situa como prioritária, eu estou envolvido nisso, é nós temos auxiliares que podem conversar. Hoje chegamos à conclusão que era preciso a gente sentar e conversar um pouco e sentamos e conversamos, mesmo a revelia do que a gente lê em todos os jornais. Parece que estamos nos comendo, dando tiro um no outro.

REPÓRTER – O senhor acha que agora é mais positivo os dois governos pararem de se alfinetar e buscar uma sintonia maior?

COVAS – Essa pergunta envolve uma preliminar, a que atuamos sempre separados. Você começa afirmando isso e depois pergunta se é melhor não fazer assim . Como eu discordo da sua pergunta inicial, não tem nem resposta para te dar.