Entrevista coletiva do governador Mário Covas após entrega de novos trens alemães adquiridos pela CP

Parte III

sex, 10/11/2000 - 19h05 | Do Portal do Governo

Parte III

Repórter: Nova avaliação feita por técnicos do Dieese e da Unicamp foi …

Covas: Bom, aquela não é a avaliação. É uma avaliação de particulares, foram pessoas que resolveram fazer sua própria avaliação…

Repórter: Mas foi solicitada por promotores do Ministério Público Federal?

Covas: Bom, tudo bem o Ministério Público Federal resolveu pedir para algumas pessoas fazerem.

Repórter: Na sua avaliação, esse estudo tem cunho partidário. É isso? Porque dobrou o valor de avaliação do Banespa.

Covas: Não. Não. Que bom! Se dobrou o valor do Banespa, quem comprar vai dar o dobro!

Repórter: Mas ele vai continuar sendo vendido por R$ 1,85 bilhão …

Covas: Não vai. Você tem vários concorrentes que e se ele está avaliado por baixo, quem comprar vai pagar um ágio maior. Mas eu não acho que esteja avaliado errado não. Até onde eu conheço, as avaliação feitas quando o Estado finalizou a sua cota, não tem nada de errado não. Aliás, é uma pena, porque até hoje nem conseguiram privatizar. Nós já privatizamos aqui R$ 14 bilhões.

Repórter: O senhor acha que dia 20 sai finalmente?

Covas: Não sei. O pessoal do Governo Federal é meio lento, meio devagar.

Repórter: Governador, sobre a Lei de Responsabilidades, e se o Plenário aprovar? O senhor acha que vai ser aprovada essa emenda?

Covas: O quê? Mas onde eles estão fazendo isso? No orçamento futuro?

Repórter: Isso, na semana que vem.

Covas: Se aprovar eu veto. Escuta. Nós temos de gastar 30% do orçamento na Educação. As universidades levam 10% para atender 60 mil jovens e o ensino de primeiro e segundo grau leva 20% para atender 6 milhões de crianças. Está razoável?

Repórter: Eles acham que não.

Covas: Bom, tudo bem. 9,57% das universidades é decorrência de lei. Aliás, nesse ano aumento muito, porque a receita aumentou. E, na medida que a receita aumenta, eles recebem proporcional à receita, não recebem fixo. Agora, na hora que diminui … Por que diminui a dos outros e não diminui a deles?

Repórter: Eles vão ter que se virar?

Covas: Está dando o que deu até agora. A distribuição é deles mesmos, o dinheiro é entregue para o Conselho dos Reitores. Não dá para você ter autonomia e ter autonomia para todos eles, é precisa então de dinheiro… (inaudível). Não pode ser desse jeito.

Repórter: O que o senhor acha da questão do aumento dos militares?

Covas: Mas quem não está pedindo aumento? Acho que só os jornalistas que já ganham muito!

Repórter: O senhor vai dar aumento para nós?

Covas: É lógico. É só você ir para lá. Os que trabalham comigo estão todos tendo aumento!

Repórter: O senhor acha o pedido dos militares justo?

Covas: Eu não sei o que eles estão pedindo, nem o que eles não estão pedindo… O pedido deles é igual ao pedido dos metalúrgicos, é igual ao pedido dos… Olha, na hora que a economia melhora, o problema de emprego passa a ser melhor do que o problema de salário. Na hora que a economia piora, o problema do emprego passa a ser maior. Então, as concessões mútuas passam a ser maiores por conta de que o emprego é mais importante. Perder o emprego é… Há um ano a discussão era essa. Hoje, a situação econômica melhorou e aponta para uma melhora cada vez maior. De forma que são naturais as reivindicações salariais.