Última parte
PEDÁGIOS
Pergunta – E aquele pedido feito pela CPI dos Pedágios para que o senhor segurasse um pouco a assinatura de novas concessões?
Covas – Eu não pedi.
Pergunta – Mais veio pelo menos através da imprensa.
Covas – Só que através da imprensa eu não recebo pedidos.
Pergunta – Quando receber, o senhor pretende atender?
Covas – Quando eu receber, dou a resposta. Por que vou responder a uma coisa que não recebi?
Pergunta – Por que eles encaminharam o pedido pela imprensa e não ao senhor?
Covas – Não sei, de repente eles até já encaminharam, não chegou ainda. Mas se chegar, não pretendo parar não. Já temos 12 concessões, as últimas três eu fiz a pedido de deputados. Eu havia mandado parar, tinha nove andando normalmente. Aí deputados e prefeitos dessas regiões vieram pedir para eu fazer de novo.
Pergunta – Foi depois que surgiu a questão da fibra ótica, que é um fato novo…
Covas – Que questão da fibra ótica? Fibra ótica está considerada no contrato. A gente não pode achar cada coisa nova e mudar a regra do jogo. Porque se não, quando a coisa nova for desfavorável ao concessionário, eu fico sem condições de exigir deles.
Pergunta – Mas o que pode haver de desfavorável ao concessionário?
Covas – Tudo. Pode cair o movimento, pode haver maior fuga de pagamento do pedágio…
Pergunta – Estão tentando negociar com o governo uma revisão do contrato?
Covas – Não, não.
Pergunta – Há tentativas…
Covas – Se você sabe melhor do que eu, tudo bem, não vou discutir com você.
Pergunta – O senhor não aceita então renegociar contratos com as concessionárias se houver comprovadamente uma queda no movimento…
Covas – Não fique inventando chifre em cabeça de cavalo. Você faz perguntas sobre coisas que não existem e quer que eu dê uma resposta.
Pergunta – Então o senhor precisa falar isso ao secretário Michael Zeitlin
Covas – Se ele disse, cobra dele. E o que ele falar pra você eu subscrevo.