Entrevista coletiva do governador Mário Covas após a posse do novo Conselho Estadual do Idoso

Parte I

ter, 15/02/2000 - 12h14 | Do Portal do Governo

Parte I

PITTA

Pergunta – O prefeito de São Paulo mandou um comunicado ao Governo do Estado, desta vez colou um cartaz numa reunião ontem na Prefeitura. Qual a avaliação que o senhor faz desse episódio?

Covas – Não faço, nem comento.

Pergunta – O telefone vermelho não está funcionando? Ele podia ter ligado para o senhor…

Covas – Não faço, nem comento. E amanhã vocês vão dizer assim: governador
não fez nem comentou, mas bateu boca. Não fiquem insistindo porque eu não falo.

Pergunta – Nem do cartaz?

Covas – Não, não falo nada.

FMI

Pergunta – E essa polêmica envolvendo o governo federal e o FMI, com o FMI dizendo que o dinheiro da privatização deveria ir para o abatimento da dívida, o que o senhor acha disso?

Covas – É preciso equilibrar as coisas. Nós aqui em São Paulo – até porque não temos outra alternativa – o que foi privatizado pagou a dívida da própria empresa que foi privatizada. A não ser…. eu pago a dívida com o governo federal, já pagamos 10 bilhões para o governo federal daquela parte inicial do banco que foi privatizado.

Pergunta – O senhor vai investir a partir de agora na área social, não é isso?
Covas – Sim. A verdade é que agora só tenho para privatizar a concorrência da última etapa da Comgás e a Paraná, mais nada. A Constituição paulista proíbe privatizar saneamento…

Pergunta – A postura do governo federal é investir… (inaudível)

Covas – A postura do governo federal quem dita é o Congresso Nacional, o presidente da República, e eu já tenho muito trabalho para cuidar da minha vida parar estar cuidando dos outros.

ELEIÇÕES 2002

Pergunta – O presidente Fernando Henrique Cardoso deu uma entrevista hoje, publicada no jornal O Globo, em que ele dá alguns nomes para 2002. Cita o seu nome e defende a manutenção da aliança PSDB-PFL e os demais partidos. O senhor concorda com a manutenção da aliança, qual a avaliação do senhor?

Covas – A avaliação que eu faço é que eu não sou candidato. Quanto à aliança, pode ser que ocorram circunstâncias que levem a mantê-la. Li em algum lugar também que o presidente teria tido que apoiar algum nome do PSDB. Portanto, se a aliança prevalecer, nem o PSDB nem o PFL podem ter candidato. Se eles se dispuserem a fazer isso, pode ser que a aliança continue. Se não, ela vai ter que separar e isso depende de terem candidato ou não terem candidato.

Pergunta – Quem o senhor considera o melhor nome do PSDB, já que o senhor não se dispõe a concorrer?

Covas – Tem vários nomes, não tem problemas de nomes, há vários ministros, outros governadores competentes, o Tasso é governador pela terceira vez no Ceará, sai consagrado a terceira vez, é um nome da melhor qualidade….

Pergunta – As divergência com o presidente Fernando Henrique de certa forma pesam na sua decisão de não concorrer?

Covas – Se eu responder essa pergunta é que estou admitindo que tenho divergências com o presidente Fernando Henrique…

Pergunta – É difícil manter a posição de não-candidato e a toda hora ficar ouvindo sua indicação como candidato?

Covas – Não, difícil não é. Eu não vou ser e ponto final.