Entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin concedida nesta segunda-feira, dia 19, no lançamen

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seg, 19/03/2001 - 18h25 | Do Portal do Governo

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Eleição estadual

Repórter: Caso o Governo confirme a sua reeleição, o senhor prevê até uma coligação PSDB-PMDB à sucessão?

Alckmin: Reeleição de quem?

Repórter: A sua candidatura. Confirma a possibilidade do senhor poder concorrer?

Alckmin: Eu não vou discutir eleição, nem estadual, nem federal. A minha preocupação neste momento é completar o mandato do governador Mário Covas, com trabalho, com dedicação. Eu acho que antecipar o processo sucessório é ruim para o Governo, é ruim para o País. Agora é hora de governar. Há muitos desafios a serem vencidos, desigualdades sociais a serem superadas, programas a serem implementados. Então, agora é hora de aproveitarmos o bom momento da economia brasileira, que está se expandindo, diminuindo a taxa de desemprego, inflação sob controle. Fazer as reformas que o País precisa para poder ter crescimento econômico sustentado com uma reforma tributária, completar a reforma da Presidência, também uma reforma política, isso sim, para poder aperfeiçoar o sistema democrático.

Sobre os cursos profissionalizantes

Repórter: Governador, ao que se deve a presença de tantos deputados nessa cerimônia?

Alckmin: Pela magnitude do que hoje se está fazendo. Quer dizer, são 50 mil bolsas, 50 mil jovens que vão fazer o curso, R$ 50 milhões. E qual a grande preocupação da população? É emprego e renda. Essa é a grande preocupação. E qual a faixa da população que está mais exposta a problemas de violência? É a juventude. É aquela a que precisa se dar mais oportunidades. Acho que a medida tem tal significado, tal pioneirismo, que justifica a presença de boa parte da bancada.

Repórter: O senhor vem falando na verba de R$ 50 milhões, que é um grande volume de investimento, e disse durante o discurso que seria a ‘rapa do tacho do Governo’. Queria saber exatamente o que é isso. Acabou o dinheiro do Governo? Quais são as próximas obras?

Alckmin: O Governo nunca tem dinheiro sobrando, o cobertor é sempre curto. E governar é escolher. E o Governo escolheu bem. Porque escolheu educação, educação para o emprego, preparação dos jovens, escolheu boa companhia por meio do Senac, prioridade para a região metropolitana. Então, o cobertor é curto sim.

Repórter: E qual seria a próxima prioridade?

Alckmin: A educação é uma prioridade absoluta, que, aliás, é a marca do Governo Mário Covas. Só no ensino médio foram abertas um milhão de novas vagas. As escolas estão melhorando. São Paulo tinha escolas com três horas e meia de aula por dia. Hoje tem cinco horas/aula por dia. Uma hora/aula a mais por dia significa, em quatro anos, um ano a mais de estudos. Tem havido um esforço enorme. No final do ano tivemos o prêmio da assiduidade, para premiar os professores que foram assíduos ao longo do ano, ou seja, um esforço permanente. São Paulo ganhou um prêmio da Unicef com as classes de aceleração. Então é sempre um esforço permanente. Novos projetos, na medida que eles vão sendo formatados, eles vão sendo anunciados.

Repórter: Governador, esse projeto é temporâneo ou pode ser reeditado num futuro?

Alckmin: Não, ele pode ser reeditado, pode ser ampliado. Acho que é uma iniciativa importante, em que vai se avaliando. Acho que é uma linha de muito significado. Pode-se fazer com outros parceiros, como entidades sindicais, Senai etc.

Repórter: Tem como um outro, eventual projeto do gênero, ser feito ainda neste ano ou só no ano que vem?

Alckmin: Depende. Isso daí vai-se estudando ao longo do ano, vai-se verificando se o tacho permite raspar um pouco mais. Depende da arrecadação. Aqui não se gasta o que não se tem. Se vamos gastar é porque tem.

Desativação do Carandiru

Repórter: Falando em raspagem, eu queria perguntar se o senhor já examinou a proposta da Prefeitura para a desativação do Carandiru. Entregaram na semana passada e ia passar por uma avaliação sua. O senhor já viu a proposta?

Alckmin: Não, eu ainda não vi, vou verificar. Mas eu acho que toda colaboração no sentido da desativação do Complexo do Carandiru é positiva. O que precisa verificar é o tempo dessas coisas e a viabilidade, para a gente sair das intenções e ir para as medidas práticas. Mas, independente disso, no dia 27, o Governo anuncia como vai fazer a desativação da Casa de Detenção, que hoje tem 7,4 mil presos. Como vai ser feito, custos, programa, propostas, prazo, enfim, tudo. Só que o Complexo Carandiru tem mais do que a Casa de Detenção. Tem a Penitenciária Feminina, tem o Centro de Observação Criminológica, tem a Penitenciária do Estado. Então, nós vamos analisar a proposta da Prefeitura, se ela puder trazer recursos para a gente poder acelerar esse processo, ótimo.

Repórter: Mas o da Casa de Detenção já conta com a parceria da Prefeitura, ou o senhor não sabe?

Alckmin: Eu preciso verificar quanto tempo leva essa proposta da Prefeitura, porque as chamadas Operações Urbanas às vezes… são medidas importantes, a Operação Urbana é um instrumento significativo, mas precisa ver quanto tempo leva isso. Isso vai ser analisado.

Mudança do secretariado

Repórter: Em duas semanas de trabalho à frente do Governo, inclusive o senhor vem falando em prática, em terminar o que foi deixado pelo governador Mário Covas… Eu queria saber se o secretariado permanece como está ou se o senhor tem algum plano de mudança?

Alckmin: Olha, se há uma coisa que quando eu assumi não me preocupou foi a questão do secretariado. Por quê? Porque o governador Mário Covas montou uma boa equipe. Uma equipe unida, competente, todo mundo trabalhando, isso não quer dizer que não possa haver mudanças. Pode haver a qualquer momento mudanças pontuais, mas não é uma preocupação. Não tenho essa preocupação.

Repórter: De imediato não tem a (inaudível) de alguém a ser substituído?

Alckmin: Não, não tem nada previsto. Se tiver, nós avisamos.