Entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin após visita ao Programa Bem-Me-Quer, do Hospital P

Parte I

qui, 08/03/2001 - 19h32 | Do Portal do Governo

Parte I

Pergunta: O senhor vai mudar a equipe?

Alckmin: O governador Mário Covas montou uma equipe unida e competente. Não há nenhuma preocupação com a mudança do secretariado. Aliás, se nós quisermos ter ganhos de qualidade na política, precisamos diminuir personalismos e trabalharmos em cima de princípios, de programas e de projetos. E é isso que nós vamos fazer, muito trabalho, muita dedicação aos princípios, no norte, nos rumos do Governo Mário Covas. No Programa de Governo, programa este que está sendo executado, incrementá-lo ainda mais e projetos que já estão em curso e outros que poderão ser incorporados.

Pergunta: Isso quer dizer que está descartada a troca de secretariado?

Alckmin: Exatamente, nós não pretendemos mudar o secretariado. Temos uma boa equipe trabalhando e vamos é trabalhar mais. Trabalhar com mais empenho. Mas não temos nenhuma preocupação com mudança de secretariado.

Pergunta: Quais são as principais metas para esse resto de mandato?

Alckmin: As metas todas estão estabelecidas. O Governo tem um plano de ação para os anos de 2001 e de 2002. Plano de Ação que está sendo implementado e vai continuar sendo, com novos projetos que vão sendo incorporados, além daqueles que vão sendo concluídos.

Pergunta: O senhor tem em caixa R$ 7 bilhões para investimentos, um valor bastante razoável. Em quais áreas o senhor pretende investir esse dinheiro? Quais áreas serão atendidas primeiro?

Alckmin: No Estado de São Paulo, para o resto deste ano, são R$ 7 bilhões. No Governo do Estado R$ 2,8 bilhões. O restante são concessionárias privadas de prestação de serviços públicos, como na área de energia elétrica, mais de meio bilhão de reais; na área de rodovias mais de R$ 1 bilhão. No Governo do Estado são R$ 2,8 bilhões.
Na parte do Estado são prioridades: em primeiro lugar a área social, com grandes gastos para o governo no seus vários projetos. O projeto do Alimenta São Paulo; o projeto do Leite, que é o maior do país, com ferro, vitaminado para crianças; o restaurante Bom Prato; o Complementando a Renda. Todo a área social, piscinões, combate a enchentes; obras de infra-estrutura como é o Rodoanel, Metrô, recuperação da malha ferroviária, programas que estão em andamento.

Pergunta: Com relação à área de Segurança o que o senhor vai fazer? O que vai ser investido nesta área?

Alckmin: Na área de Segurança, hoje pela manhã eu assinei a nomeação de 198 novos delegados de polícia e 800 investigadores. Isso para a gente poder implementar mais ainda recursos humanos nesta área.

Pergunta: Como o senhor vai enfrentar o problema das penitenciárias e das revoltas que existem?

Alckmin: Enfrentando com firmeza. O governo tomou uma medida correta e é uma medida que governo sério tem que tomar, que é de desarticular o crime organizado. O Governo transferiu dez líderes de organizações criminosas para outros estabelecimentos penitenciários. Houve uma reação, a única exigência era a volta desses líderes. O Governo não cedeu, vai tomar outras medidas neste sentido e vai enfrentar o problema.

Pergunta: O senhor confirma que o PSDB já está estudando a candidatura do senhor novamente para 2002?

Alckmin: Não, não confirmo. Hoje a nossa preocupação está voltada para as grandes tarefas de Governo. Uma enorme responsabilidade, que é não substituir. Eu não teria a pretensão de substituir o governador Mário Covas, mas de sucedê-lo. E tenho a vantagem de, ao longo destes seis anos, ter tido um convívio diuturno com o governador, conhecer a administração pública e poder continuar este bom trabalho.

Pergunta: O senhor concorda com o presidente Fernando Henrique e acha que este não é o momento de discutir a sucessão?

Alckmin: Eu concordo com o presidente Fernando Henrique, acho que seria uma discussão extemporânea, estar discutindo neste momento sucessão. Seja ela presidencial, seja ela estadual. Nós faríamos divisões no partido, estaríamos enfraquecendo a base de sustentação do Governo. Prejudicando com a política o bom momento que o país está vivendo, de recuperação de empregos, de postos de trabalho, recuperação da economia e a melhoria de investimentos na área social.

Pergunta: O senhor pretende dar o nome de Mário Covas para alguma grande obra do Governo?

Alckmin: A melhor maneira de homenagear o governador Mário Covas é cumprindo o Programa de Governo. É sendo fiel aos valores e princípios que norteiam uma administração pública com a marca Mário Covas. É claro que o governador merece todas as homenagens, o que deverá ocorrer com certeza.

Pergunta: Com relação à Guerra Fiscal, o Estado de São Paulo já conseguiu até uma liminar no Supremo contra o Estado do Paraná. A sua linha qual é governador? O senhor pretende manter esta mesma linha de buscar os direitos de São Paulo, nem que seja no Supremo?

Alckmin: Exatamente, São Paulo não vai entrar na Guerra Fiscal. Ela é predatória ao país, só ganha na Guerra fiscal algum empresário beneficiado por ela. Todos os outros perdem. Perde o Governo, perde a população, perde a iniciativa privada porque você desorganiza o mercado, tem concorrência desleal. E perde principalmente a população mais pobre. Você faz renúncia fiscal para quem não precisa e ai é menos hospital, menos escola, menos serviço público. A nossa linha de respeito à lei, respeito ao Confaz e, como o governador Mário Covas o fez, ao Supremo Tribunal Federal, sempre que o Confaz for desrespeitado.

Pergunta: Com relação a sucessão, o próprio governador deixou claro que o senhor era seu candidato preferencial dele e existe toda uma discussão em relação a possibilidade de o senhor ser candidato. Como o senhor avalia isso?

Alckmin: Isso depende do Tribunal Superior Eleitoral. No momento oportuno, o Tribunal vai definir não o meu caso, mas o caso de todos os vices, seja vice-presidente da República, vice-governador ou vice-prefeito.