A juventude é tema em encontros regionais que estão sendo realizados por todo o Estado. O objetivo é mapear as necessidades de cada região para desenvolver uma política estadual de juventude. Nos encontros são discutidos os avanços e desafios das políticas públicas para os paulistas com idade entre 15 e 29 anos.
Até o mês de maio, serão realizadas 14 reuniões, sendo dez no interior e quatro na Região Metropolitana da capital. A idéia é fazer uma radiografia de como estão as estruturas voltadas ao atendimento da juventude nas diversas regiões do Estado. As informações devem ser organizadas e transformadas em uma publicação.
Três encontros já foram realizados, nas regiões de São José dos Campos, Presidente Prudente e Baixada Santista. Apesar das diferenças sociais e econômicas das regiões, a coordenadora de Programas para a Juventude do Estado, Mariana Montoro, afirma que não encontrou, até o momento, distinções muito significativas entre os principais riscos e anseios dos jovens, na visão dos gestores municipais.
Segundo ela, na visão dos gestores municipais, o principal anseio dos jovens está ligado ao emprego e geração de renda e os principais riscos são o álcool e as drogas. Quando separados por sexo, os anseios dos jovens estão ligados a recursos financeiros, no caso dos rapazes, e, constituição de família, para as moças. “Na verdade, o que está por trás disso é o anseio por independência, o que é natural nessa etapa da vida”, comenta Mariana Montoro. Outra questão que chamou a atenção da coordenadora foi o acesso a internet, que tem aparecido nas reuniões entre os principais anseios da juventude.
Os encontros
As reuniões são organizadas pela Coordenadoria de Juventude do Estado, órgão da Secretaria de Relações Institucionais, em parceria com a Fundação Prefeito Faria Lima (Cepam). Têm a duração de um dia inteiro e são voltadas aos gestores municipais de políticas públicas de juventude. “Os encontros têm o caráter de sensibilizar os gestores municipais e compartilhar conhecimentos e experiências, uma vez que nessas reuniões os representantes dos municípios fazem um relato do que têm feito para os jovens”, disse a coordenadora.
Ela ressalta que a organização dos encontros levou em consideração cada detalhe. “Preparamos um material diferenciado e de qualidade para esses encontros. Nele, os gestores contam com informações sobre a Coordenadoria, nossa missão e os programas do Governo do Estado para a Juventude. Também incluímos dados sócio-econômicos do Estado, divididos por região, do Índice Paulista de Responsabilidade Social, desenvolvido pela Assembléia Legislativa. Depois das reuniões, enviamos para os gestores um relatório sistematizado do encontro”, explica Mariana.
Além das informações, que são passadas logo no início da reunião, os gestores são convidados a participar de debates e discussões, onde são convidados a expor as principais oportunidades e ameaças para os jovens nas diversas regiões.
Entre as atividades propostas está a construção de um ‘boneco’, ou seja, os gestores são convidados a pensar em como são os jovens da região e construir um jovem típico. “Nosso interesse é saber se os bonecos de todas as regiões serão iguais ou se terão alguma diferença”, informa Mariana.
Depois de tratar das questões ligadas aos jovens, os trabalhos se voltam para as estruturas governamentais de juventude e os gestores debatem o modelo ideal do profissional que trabalha com esse público. “Discutimos as características, informações e conhecimentos que o gestor de juventude deveria ter. É interessante que os próprios gestores definam suas lições de casa”, observa a coordenadora. Na opinião dela, os encontros são bem recebidos pelos gestores porque contribuem com o trabalho que realizam no dia-a-dia.
Estrutura para a juventude
Mariana Montoro constatou que muitos municípios não dispõem de estrutura voltada à juventude. “Geralmente quem participa dos nossos encontros, nesse caso, são representantes de secretarias de Assistência Social ou de Esportes, por serem pessoas que têm alguma afinidade com o tema”, comenta.
Alguns municípios, porém, já estão bem avanços nessa área e contam, inclusive, com a participação da sociedade civil. “O município de São José dos Campos, por exemplo, tem uma assessoria para assuntos de juventude”, lembra ela, e conta que o município levou para o encontro um grupo de jovens multiplicadores.
Conferência estadual
Além dos encontros, a Coordenadoria da Juventude está trabalhando na realização de 18 Conferências Regionais, de onde sairão os delegados que participarão da Conferência Estadual da Juventude, que será realizada nos dias 29 e 30 de março.
A Conferência Estadual deverá reunir, no Parque da Juventude, na zona norte da capital, cerca de 1.500 pessoas, para eleger os 200 delegados que representarão São Paulo na Conferência Nacional de Políticas Públicas para a Juventude, que será realizada em Brasília entre 27 a 30 de abril. O Estado levará a maior delegação do país para o encontro nacional. “Nossa delegação terá representantes de todas as regiões. Será uma delegação, de fato, representativa do Estado, democrática e verdadeiramente paulista”, afirma Mariana Montoro.
Cíntia Cury
