Encontro técnico discute pré-sal em Santos

Exploração e impactos são discutidos entre técnicos da SMA, Petrobrás e Prefeitura

ter, 14/12/2010 - 13h00 | Do Portal do Governo

A preocupação com os impactos ambientais que a exploração da camada do pré-sal, no litoral paulista, motivou a realização de um encontro técnico sobre o desenvolvimento dos projetos, em Santos, na última quinta-feira, dia 9 de dezembro, entre a Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SMA, Petrobras e prefeituras da Baixada Santista.

Participaram do encontro, o secretário estadual do Meio Ambiente, Pedro Ubiratan Escorel de Azevedo, o gerente geral da Unidade de Operações da Bacia de Santos da Petrobras, José Luiz Marcusso e o vice-prefeito de Santos, Carlos Teixeira Filho. Acompanharam as explanações os técnicos da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – Cetesb, do Conselho Estadual de Meio Ambiente – Consema, da Fundação Florestal – FF e da Polícia Ambiental, além dos secretários de Meio Ambiente de Santos, Fábio Alexandre Nunes, de Planejamento, Bechara Abdala Pestana Neves, e de Desenvolvimento, Márcio Antônio Rodrigues de Lara.

O gerente da Petrobras abriu o encontro mostrando dados e projeções das explorações na bacia de Santos. “A bacia começa na divisa de Cabo Frio e se estende até Florianópolis, passando por todo litoral paulista. É uma das maiores províncias de hidrocarbonetos do mundo. Atualmente são 60 mil barris de petróleo, até 2020 serão 1,8 milhão, entre exploração própria da Petrobras e parceiros”, afirmou Marcusso.
Uma das questões levantadas pelos conselheiros do Consema são as ações para evitar grandes acidentes que possam afetar os ecossistemas do litoral paulista. Marcusso destacou que a prioridade é evitar acidentes. “Nós temos um plano de contenção e de riscos, mas nosso objetivo é evitar que eles aconteçam”, declarou.

Ações estratégicas

Responsável pelas ações de meio ambiente da Petrobras, Marcos Vinicius Mello, apresentou ao público as ações promovidas e futuras. Entre os quais, projetos relacionados a eventuais impactos, monitoramento ambiental, controle da poluição, comunicação social, educação ambiental, monitoramento sistemáticos com sensores remotos, oceanográficos e metereológicos. “Vamos acompanhar as condições do oceano e analisar a influência das atividades sobre os ecossistemas marinhos. Além disso, temos projetos de compensações das nossas emissões”, afirmou.

O secretário de desenvolvimento da prefeitura de Santos destacou que a preocupação maior era sensibilizar a sociedade sobre as mudanças que a exploração traria para a Baixada Santista. “Discutimos desde o começo com todos os atores sociais um planejamento integrado urbanístico, ambiental e econômico. Além de uma integração permanente entre Petrobras, Governo do Estado de São Paulo, sociedade e prefeituras da Baixada Santista”, citou.

Pedro Ubiratan frisou que o objetivo do encontro é criar uma agenda permanente e integrada entre todos os órgãos participantes do projeto para criar ações estratégicas. “Os impactos do pré-sal sobre a cidade, o meio ambiente, população é muito grande. Minha preocupação é que possamos nos apropriar melhor dos benefícios que a riqueza gerada com a indústria do petróleo, não só os royalties, com o que vai acontecer com a vida de quem vive na Baixada e com o meio ambiente”, afirmou o secretário estadual, citando exemplos como Macaé e o Golfo do México. “Precisamos estudar o que aconteceu nesses casos, analisar, rever para que não aconteça aqui”, acrescentou.

Marcusso disse que muitas lições foram tiradas nesses dois casos. “Macaé era uma ilha de pescadores, aqui em Santos temos um trabalho integrado de governança. Criamos um plano diretor conjunto, que envolve tráfego, energia, transportes e segurança. Quanto ao acidentes, temos um plano de gerenciamento de risco e volto a reiterar, o principal objetivo é evitar que eles aconteçam”, disse.

Da secretaria do Meio Ambiente