Encontro sobre transexualidade é destaque em unidade ligada à Unesp

No último sábado (15), o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu reuniu especialistas acerca do tema

qua, 19/09/2018 - 17h01 | Do Portal do Governo

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), ligado à Universidade Estadual Paulista (Unesp), promoveu, no último sábado (15), o evento “Transexualidade: Aspectos Clínicos, Éticos e Jurídicos”, aberto à comunidade. Com diversas palestras, a iniciativa teve objetivo de discutir diversas abordagens sobre o tema.

A fala inicial coube a Ricardo Barbosa Martin, psicólogo e diretor do Ambulatório para Saúde Integral de Travestis e Transexuais do Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids (CRT). Ele destacou os aspectos psicológicos relacionados à transexualidade e comentou a complexidade do tema. “Assuntos sobre a questão são discutidos por muitos campos, desde a Medicina à Psicanálise, e nenhuma delas é capaz de reivindicar para si as últimas palavras”, avalia o diretor.

Já o reitor do Centro universitário do Norte Paulista (Unorp), Eudes Quintino de Oliveira Junior, fez uma apresentação a respeito dos aspectos éticos e jurídicos relacionados à transexualidade. “Todos são iguais perante a lei. A legislação é feita para todos, porém sabemos que na sociedade isso não é levado ao pé da letra. Por isso, os legisladores precisam criar leis para que alguns direitos sejam garantidos”, explica.

Procedimentos

A terceira palestra foi ministrada pela professora Adriana Lucia Mendes, do departamento de Clínica Médica, da disciplina de Endocrinologia da FMB. Ela destacou os procedimentos realizados ao receber pacientes que desejam se tornar transexuais por meio da hormonioterapia. “Realizamos diagnósticos para identificar que motivos o trouxeram aqui. Também explicamos os fatores de risco e as possíveis complicações que podem acontecer durante o tratamento”, revela a docente.

Chefe do Departamento de Cirurgia e Ortopedia da FMB e chefe do Serviço de Cirurgia Plástica do HCFMB, Aristides Augusto Palhares Neto falou sobre as perspectivas para a assistência à transexualidade na região. “Em 2008, surgiram portarias que tentam regular o processo transexualizador no âmbito do Sistema Único de Saúde. Foi aí que começamos a observar a necessidade de atender essas pessoas. Estamos buscando parcerias com diversos órgãos para criarmos condições, ao longo do tempo, e desenvolvermos o serviço de atenção a essas pessoas”, salienta.