Empresários se reúnem para conhecer o Selo Paulista da Diversidade

Empresas podem se inscrever até o dia 30 deste mês para obter a certificação lançada pelo Governo de SP

seg, 17/11/2008 - 18h39 | Do Portal do Governo

Mais de 100 empresários estiveram na sede do Governo de São Paulo na manhã desta segunda-feira, 17, para conhecer melhor o Selo Paulista da Diversidade. A certificação, inédita no país, tem o objetivo de romper barreiras e promover a diversidade no ambiente de trabalho. “O Selo é para premiar e não para punir. Queremos incentivar as organizações a incorporarem essa prática”, afirmou o coordenador de Articulação Institucional da Secretaria de Relações Institucionais do Estado, Gilmar Viana.

Participaram do encontro empresas de grande e médio porte, como Telefônica, Unibanco, Itaú, HSBC, Real/Santander, Vivo, Cargill, TAM, Hospital Albert Einstein, CPFL, Sabesp, Cesp, Ciesp, Dieese, Nextel, Wal-Mart, Unip e Universidade Mackenzie.

Gilmar adiantou que o programa será implantado em duas etapas. Neste ano, as empresa receberão o Selo de Adesão. Ou seja, a corporação que se inscrever não precisa ter um programa de inclusão da diversidade já completamente estruturado. “Temos plena consciência de que isso é um processo, não fica pronto de um dia para o outro”, disse Gilmar. Na segunda etapa, prevista para o ano que vem, o Estado vai elaborar um plano de governança e haverá certificadoras para auditar as iniciativas das empresas que se inscreverem.

Selo agrega valor à marca

O Selo é destinado a organizações públicas, privadas e da sociedade civil que desenvolvam ou se comprometam a desenvolver ações de promoção e valorização da diversidade, seja no ambiente de trabalho ou na área de atuação. A inclusão abarca questões étnico-raciais, de gênero, idade, deficiência e orientação sexual. “A certificação certamente agrega valor à marca das empresas”, afirmou Gilmar Viana. Além disso, ressaltou, promover a diversidade nas empresas melhora o ambiente corporativo porque ele se torna mais tolerante e criativo.

As empresas consideram importante a iniciativa do Estado e algumas já mantém iniciativas que podem contar pontos para a obtenção do Selo. “Avançamos muito na inclusão de pessoas com deficiência e estabelecemos auto-metas na inclusão de etnia e na ascensão de mulheres aos cargos de alta direção. O selo será um incentivo a mais para medir isso”, ressaltou Henrique Lian, gerente de sustentabilidade e responsabilidade corporativa da CPFL Energia.

Para o superintendente da Telefônica, Carlos Eduardo Cipolotti Spedo, o Selo é um processo que se inicia agora, mas não terá fim, porque a diversidade é a realidade do século XXI. “Mais uma vez o Estado de São Paulo sai na frente. É uma iniciativa muito importante”, afirmou.

Já a assistente de recursos humanos da Vivo, Deborah Griebeler, destacou que a empresa entende a importância da questão da diversidade e mantém iniciativas nessa direção. “Vim para saber como podemos participar e colaborar. Quanto mais pessoas estiverem envolvidas nisso, mais a população tem a ganhar”, disse.

A certificação

Para receber a certificação, criada pelo Estado em agosto do ano passado, as organizações devem preencher uma ficha de inscrição (disponível no site www.diversidade.sp.gov.br) e assinar um Termo de Compromisso pela Valorização da Diversidade. As inscrições devem ser feitas até 30 de novembro. Os primeiros Selos, na categoria Adesão, serão entregues em dezembro.

As metas serão estabelecidas pelas próprias empresas que, ao final de um ano, passarão por uma auditagem para verificar o cumprimento dos compromissos assumidos. As empresas que atingirem as metas receberão, então, o Selo na categoria Pleno, que deverá ser renovado anualmente, a exemplo do que ocorre com certificações como a ISO.

Além de ações dentro da própria empresa, as metas podem incluir parcerias com Organizações Não Governamentais que façam trabalhos em prol da diversidade ou trabalhos sociais desenvolvidos pela organização.

Viana explicou que o Selo é um programa mobilizador. “Estamos fazendo um chamamento para que as empresas tenham contato com o conceito, as estruturas e o regulamento”, disse.

Para ele, ainda há muros a ser rompidos. Entre os exemplos, citou o nível de desemprego entre mulheres, jovens e negras na região metropolitana de São Paulo, que é superior ao de mulheres brancas na mesma faixa etária e mesmo grau de escolaridade, e a falta de qualificação para as pessoas com deficiência.

Diretor-presidente do Instituto Brasileiro da Diversidade (IBD), contratado pela Fundap para organizar o Selo, o professor Hélio Santos elogiou a iniciativa do Governo do Estado. “O Selo trata de algo absolutamente novo, que é a questão do aproveitamento dos talentos”, destaca.

A responsabilidade pela gestão do processo de outorga do Selo Paulista da Diversidade é da Secretaria de Relações Institucionais, por meio do Comitê Gestor Multidisciplinar integrado por representantes do governo e da sociedade civil.

Cíntia Cury