Emprego: Frentes de Trabalho direcionadas a albergados entram em seu segundo ano

Em 2005, o programa contou com 520 albergados

qua, 08/02/2006 - 11h27 | Do Portal do Governo

Dos 505 albergados (usuários de albergues) que se inscreveram no ano passado para participar das Frentes de Trabalho do Programa Emergencial de Auxílio Desemprego (Pead), cerca de 300 iniciaram as atividades. Além disso, eles já receberam o cartão bancário da bolsa-auxílio, fornecido pelo Banco Nossa Caixa. Outros aproximadamente 200 inscritos estão em fase de assinatura do termo de adesão. Essa Frente de Trabalho especial é uma parceria entre as Secretarias do Emprego e Relações do Trabalho (Sert) e de Assistência e Desenvolvimento Social (Seads).

Os bolsistas vão prestar serviços nos próprios albergues, como os de limpeza, jardinagem, pintura, pequenos consertos e lavanderia. Também poderão atuar em oficinas nas instituições que dispõem de marcenaria, serralheria ou Restaurante Bom Prato, por exemplo.

As frentes de trabalho existem há mais de seis anos. Porém, desde 2004 atendem também albergados. O objetivo é oferecer ocupação, renda e qualificação a pessoas desempregadas há mais de um ano. A dinâmica é a mesma das frentes de trabalho tradicionais. O bolsista trabalha quatro dias por semana, com jornada de seis horas diárias, e passa, no quinto dia, por um curso de capacitação.

O participante recebe também bolsa-auxílio mensal no valor de R$ 210, cartão-alimentação de R$ 46,64, auxílio-deslocamento de R$ 80,00 – quando houver necessidade – e seguro de acidentes pessoais de R$ 5 mil, além de curso de qualificação profissional. A duração da bolsa é de nove meses. Com isso, os albergados têm a oportunidade de qualificar-se para a reintegração ao mercado de trabalho. E isso pode funcionar como alavanca para o retorno ao convívio familiar, além de garantir renda no período da bolsa.

Em 2005, o programa contou com 520 albergados. Deste total, 181 cumpriram o contrato, participando durante nove meses das atividades das frentes. Com relação aos demais, 220 não compareceram para assinar o termo de adesão, 62 desistiram dos trabalhos depois de assinar o termo contratual, 46 foram excluídos e um faleceu.

De 1999 até agora, o Pead atendeu, por meio das Frentes de Trabalho, um total de 281,9 mil pessoas com mais de 17 anos de idade, desempregadas há, no mínimo, um ano e residentes no Estado há pelo menos dois anos. O governo paulista investiu nesse período mais de R$ 612 milhões no programa. Em janeiro deste ano, as Frentes de Trabalho contavam com 30,7 mil bolsistas.

Oportunidade de reintegração ao mercado

Aparecido Nogueira Candido, de 54 anos, acredita que a Frente de Trabalho será uma oportunidade para voltar ao mercado. Cardíaco, viúvo e pai de cinco filhos, Candido vive em albergue há cerca de um ano. “Quero me reintegrar ao mercado e, se for possível, alugar um cômodo para morar”, observa.

Com 42 anos, Israel Moreira do Carmo contou que passou mais de 20 anos em albergues e na rua, por ter sido usuário de álcool e drogas. “Consegui me livrar dos vícios. Em outubro do ano passado, me inscrevi na Frente de Trabalho e, agora, fui chamado. Me reintegrei”, considera ele. Para o bolsista César Augusto de Faria, o trabalho traz dignidade aos albergados.

Cíntia Cury

Da Assessoria de Imprensa do governo do Estado