Embaixadores da USP entram em ação na segunda-feira

Todos os alunos que chegaram à USP em 2007 e provieram de escolas públicas foram convidados para o programa

dom, 10/06/2007 - 10h15 | Do Portal do Governo

Nesses dias 11 e 12, centenas de alunos de graduação da USP que cursaram o ensino médio no sistema público voltarão para suas antigas escolas para falar mais sobre a Universidade. Será a primeira edição do programa Embaixadores da USP.

Todos os alunos que chegaram à USP em 2007 e provieram de escolas públicas foram convidados para o programa. Os participantes receberão uma ajuda de custo da Universidade – R$ 50 para quem é da capital, e R$ 100 para estudantes da Grande São Paulo e interior – e material sobre a USP. O formato do encontro será decidido entre os alunos e suas escolas – mas a principal meta é que seja realizado um bate-papo entre quem está na USP e os que estão em fase pré-vestibular para que alguns conceitos sejam difundidos.

“Esse programa faz parte de uma série de iniciativas que temos desenvolvido para aproximar cada vez mais a Universidade das escolas públicas”, diz a professora Selma Garrido Pimenta, pró-reitora de Graduação da USP. Selma ressalta que a Universidade deu um grande salto nessa linha a partir do ano passado, com a adoção do Inclusp – projeto que destinou um bônus de 3% nas notas dos alunos de escolas públicas na primeira e segunda fases do vestibular.

Os embaixadores abordarão esse bônus e também outros temas junto aos estudantes de suas antigas escolas. Conceitos como isenção da taxa de vestibular – que a Fuvest concede para alunos que se encaixam em determinados perfis sócio-econômicos – e os programas que favorecem a permanência de alunos na USP, como alimentação subsidiada, moradia e bolsas de estudo também serão abordadas.

Na FFLCH

Maior unidade da USP em número de alunos, a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) recebeu seus embaixadores na quarta-feira, 6. Nos encontros, professores da unidade apresentaram o programa para os estudantes e destacaram os principais pontos a serem abordados com quem está numa escola pública do ensino médio.

“O fundamental é passarmos a imagem de que a USP é acessível. É a melhor universidade do país, tem ensino gratuito e dá uma grande assistência para seus estudantes”, aponta a professora Luciana Storto, do departamento de lingüística da FFLCH, que concedeu palestra aos alunos da unidade. Para a docente, o principal ganho que se obtém com a visita de alunos da USP às suas antigas escolas é justamente essa derrubada de muitos mitos que pairam sobre a Universidade – em especial o que a define como algo inatingível para alunos de classes sociais mais baixas e que não estudaram em caros colégios particulares.

Os estudantes da FFLCH que participarão do programa apontaram que é essa sua principal ambição ao retornar à universidade. Marcelo Nunes Diniz, de 21 anos, dará um simples e direto recado na sua escola: “tem que tentar!”. Ele é estudante de geografia e sempre teve a USP como sua meta em termos de universidade. “Acho legal falar para quem está no colegial que a USP não é acessível somente praqueles que passam 24 horas por dia estudando. A pessoa pode ser um aluno ‘normal’, e se tiver dedicação vai chegar lá”, afirma o estudante, que fez o ensino médio em Osasco.

Entre os alunos que se reuniram na FFLCH para o encontro, um chamava a atenção. Destoava do perfil jovem comum dos calouros na universidade – mas, apesar da idade e da experiência, ele é também um calouro e plenamente interessado em ser um embaixador da USP. Trata-se de Ademir Rossi, de 55 anos, que ingressou em 2007 na USP pela quarta ocasião, agora para estudar filosofia – já é graduado, pela Universidade, em matemática e direito, além de ser administrador de empresas formado pela Fundação Getúlio Vargas. “Estou muito feliz em participar do programa, acredito ser uma grande honra”, aponta. Rossi destaca que o principal recado que dará aos alunos da escola em que estudou – em Santa Cruz do Rio Pardom no interior paulista – é “não desistir dos sonhos”. E, mesmo tendo feito seus estudos em uma época bem distinta da atual, o agora calouro acredita que a ambição deve ser semelhante: “dizem que a escola pública dos meu tempo era bem melhor que a atual, e por isso a situação é mais complexa para os alunos. Eu concordo, mas acho também que o aluno que faz a escola. É preciso ter esforço”, resume.

Iniciativas futuras

A pró-reitora Selma Garrido Pimenta comemora a boa recepção que o programa teve com os alunos e aposta na consolidação do Embaixadores dentro do calendário da Universidade. Para a professora, o sucesso que os alunos obterão nos contatos com suas antigas escolas estimulará os estudantes que não se integraram ao plano em 2007, possibilitando uma verdadeira cadeia de colaboradores num futuro próximo.

Selma destaca outras iniciativas que endossam a idéia planejada pelo Inclusp, que vai além de um simples bônus nas notas da Fuvest. “O que nós queremos mesmo é aproximar a escola pública da USP. Nesse ano nós faremos, por exemplo, divulgação das isenções nas inscrições da Fuvest em metrôs e trens – em ações de publicidade gratuitas para a Universidade, com a cessão de espaços. O que se verifica é uma grande intenção de colaborar com essa meta”, conclui.

Da Agência USP